Até há poucos anos, a disfunção erétil era considerada um problema tabu, sobre o qual era difícil falar, mesmo com um médico do mesmo sexo. Pensava-se que se devia, essencialmente, a problemas psicológicos ou ao envelhecimento. Esta atitude mudou nos últimos anos, sabendo-se hoje que é causada, numa grande maioria dos doentes, por problemas de saúde físicos, nomeadamente doença vascular de natureza aterosclerótica.
Por vezes, é também devida a efeitos acessórios indesejáveis de medicamentos que o doente toma por outros motivos. Um enorme número de estudos demonstrou que cerca de 70% dos casos de disfunção erétil são devidos a patologia cardiovascular. Por outro lado, os doentes com disfunção erétil têm maior risco de desenvolver doença cardiovascular, nomeadamente de sofrer um enfarte do miocárdio.
Deste modo, a disfunção erétil é, com frequência, uma manifestação de doença vascular que pode, com anos de antecedência, ser um sinal de aviso de ataque cardíaco futuro. Por isso, perante uma situação de disfunção erétil, o médico deve avaliar cuidadosamente o aparelho cardiovascular do doente, que na maior parte dos casos já tem doença aterosclerótica que ainda não deu sintomas cardíacos, mas já se manifesta a nível sexual.
O tratamento que muitos especialistas recomendam
Na grande maioria dos casos, a disfunção erétil pode ser tratada com sucesso. A primeira medida a tomar é melhorar o estilo de vida, devendo o doente deixar de fumar, reduzir o consumo de álcool, fazer exercício diário, reduzir o stresse e a ansiedade e normalizar o sono. Para muitos homens, estas medidas bastam para recuperar a função. Para outros, no entanto, podem não se revelar suficientes, exigindo medidas complementares.
Se estas dificuldades de ereção ocorrerem apenas ocasionalmente não lhes deve dar grande importância, para além de deverem constituir um estímulo para melhorar o seu estilo de vida. Não há a mínima razão para se encarar um episódio de disfunção erétil como o início do fim da vida sexual. Se, pelo contrário, os episódios se tornarem frequentes, deve consultar o seu médico. A esmagadora maioria dos casos pode ser tratado com sucesso.
Revisão científica: Manuel Carrageta (presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia)
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