Muitos casais têm hábitos e comportamentos sexuais que, à primeira vista, nada têm de estranhou ou de errado. Lindsey Doe, sexóloga clínica norte-americana, apresentadora do programa "Sexplanations", exibido no canal de vídeos YouTube, afirma, no entanto, que afinal nem sempre assim é. Muitos acabam por se queixar de comichão, de olhos lacrimejantes, do nariz a escorrer e/ou até de urticária, sem relacionar uma coisa e outra.
Nalguns casos, mais graves, chegam a verificar-se episódios de queimaduras vaginais, inchaço, bolhas, aperto no peito, vómitos, diarreia e até, em situações mais extremas, perda de consciência. Num momento de intimidade a dois, uma respiração mais ofegante, um coração a bater de forma mais acelerada ou até uma transpiração ligeiramente acima do normal acabam por ser atribuídos à intensidade do momento.
Os sintomas, comuns a outros problemas, acabam, em muitos casos, por ser menosprezados. A maioria, quando procura depois um especialista, nem sequer os associa diretamente à atividade sexual. Também já se viu nesta situação? Descubra, de seguida, quais são as seis coisas que, segundo Lindsey Doe, o podem tornar alérgico ao sexo. Siga também os conselhos da sexóloga clínica para evitar esta(s) alergia(s).
1. Látex
Apesar de ser um dos materiais mais utilizados no fabrico de preservativos, há muitos que são alérgicos a esta matéria-prima, também presente na composição de muitos brinquedos sexuais. Irritação vaginal, comichão e sensação de ardor são três das consequências mais comuns. Algumas pessoas chegam a ficar com erupções cutâneas. Em caso de dúvida, substitua o preservativo por outro método contracetivo.
Nalguns casos, o problema pode não estar no látex em si, mas noutros dos materiais usados no fabrico dos preservativos, como é o caso da caseína, uma proteína em pó extraída do leite de vaca que os torna menos pegajosos, assim como dos parabenos. As reações nem sempre são imediatas. Além de recorrer a contracetivos sem latex, pode também usar preservativos veganos, produzidos com extrato natural de cardo.
2. Lubrificantes
Tal como os preservativos, muitos lubrificantes contêm ingredientes que causam reações alérgicas. Os sintomas são muito semelhantes aos provocados pelo látex. "Os que anunciam sabores e sensações de frescura ou de aquecimento ou ainda de entorpecimento podem ter muitos aditivos aos quais o organismo vai reagir", alerta Lindsey Doe. "A glicerina é outra das culpadas", acusa a sexóloga norte-americana.
"Pode causar reações alérgicas e tem ainda o poder de se converter em açúcar e instigar [o aparecimento] de infeções fúngicas, com sintomas muito semelhantes aos de uma alergia", refere. A lista de substâncias potencialmente irritantes inclui ainda a benzocaína, um anestésico local de absorção rápida, usada como calmante para dores, que pode ser aplicado na pele ou nas mucosas, assim como a lidocaína e a l-arginina.
3. Traumas anteriores
Relacionamentos amorosos que acabaram mal podem afetar posteriormente a vida sexual da mulher. "Não se trata propriamente de uma alergia, mas anda muito próximo de uma coisa chamada dispareunia [dor durante o ato sexual]", afirma a sexóloga. "Basicamente, é algo psicológico que acaba por gerar uma resposta fisiológica", acrescenta a especialista, que já atendeu mulheres vítimas deste problema.
"Situações de abuso, de vergonha sexual ou de falta de confiança no parceiro podem originar inflamações ou erupções cutâneas. À semelhança de outras alergias, o sistema imunitário faz o que pode para denunciar que algo está errado", afirma Lindsey Doe. Dores durante a penetração e/ou durante o sexo, queimaduras, dores nos músculos e dores latejantes são alguns dos sintomas mais comuns.
4. Orgasmo
Há pessoas que, com o passar dos anos, desenvolvem uma alergia aos orgasmos. Síndrome da doença pós-orgásmica é o nome que os médicos atribuem a esta patologia rara. Também apelidada síndrome de doença pós-ejaculatória, deixa os homens mais fracos, vulneráveis, febris, cansados e até irritáveis. Muitos dos seus sintomas assemelham-se aos da gripe. "Eles ficam com dificuldade em concentrar-se", sublinha ainda a especialista.
"Lutam contra o congelamento do cérebro logo após a ejaculação do sémen", refere Lindsey Doe. O problema pode gerar uma hipersensibilidade ao plasma seminal e causar comichão, tonturas, queimaduras, diarreia e/ou perdas de consciência. "Nem todos os investigadores que o estudaram estão de acordo mas muitos acreditam que é causada por uma alergia dos homens ao seu próprio esperma", afirma a sexóloga norte-americana.
5. Contracetivos
Há mulheres que reagem aos contracetivos que tomam, sobretudo no período que se sucede a uma troca de método. A lista dos efeitos secundários mais comuns, semelhantes aos de outras reações alérgicas, inclui dores de cabeça, náuseas, vómitos, problemas de estômago, diarreia, erupções cutâneas e, nalguns casos, a descida da tensão arterial. "Se persistirem, deve procurar ajuda especializada", aconselha a sexóloga.
6. Preliminares
Em muitas situações, o problema pode não estar no que faz durante o sexo mas, sim, no período que o antecede. "Pode não ser alérgico ao sexo mas a refeição que ingeriu antes de um encontro sexual ou os fármacos que toma habitualmente podem interferir com o seu sistema imunitário", alerta Lindsey Doe, que aponta ainda outras possíveis causas. Muitas delas, provavelmente, nem sequer lhe passariam pela cabeça.
"O sabão que usou para se lavar no duche antes do sexo pode reagir com o óleo de massagem que utiliza para apimentar a coisa e irritar-lhe a pele", avisa a especialista. Se for o caso, a sexóloga aconselha-o a deixar de usar imediatamente um dos produtos para perceber qual deles é que lhe está a fazer mal, substituindo-o posteriormente por outro que não lhe cause irritações na epiderme. Depois, é só desfrutar dos prazeres do sexo.
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