As perdas urinárias são, desde sempre, terreno fértil para o desenvolvimento de tabus e ideias feitas, sobretudo quando se trata de pensar sobre quem é afetado por este problema. Em Portugal, segundo as estimativas, cerca de 40% da população feminina sofre ou pode vir a sofrer delas em determinada fase da vida. Embarque connosco num percurso pelos três principais mitos que povoam este tema e prepare-se para ser surpreendido.
1. A incontinência urinária é um problema específico dos idosos
Falso. Embora seja verdade que a frequência desta síndrome aumenta com a idade, é também certo que as perdas urinárias involuntárias afectam mulheres em qualquer idade e em diferentes fases da vida. Além de ser um problema comum durante a gravidez, após o parto e na menopausa, também as grandes desportistas podem padecer dele.
2. Não se pode contar a ninguém que se sofre deste problema
Falso. Guardar silêncio é um erro, já que o impede de pedir ajuda. É importante que fale com um profissional de saúde da sua escolha, seja um médico de clínica geral, um farmacêutico, ginecologista, urologista, fisioterapeuta, parteira, um profissional de medicina no trabalho ou outro.
Só um profissional de saúde poderá fazer um diagnóstico preciso da situação e, a partir daí, indicar-lhe o tratamento mais adequado para o seu caso.
3. Isto só me acontece a mim
Falso. Trata-se de uma síndrome subestimada porque poucas pessoas se atrevem a falar sobre o assunto, mas na verdade é um problema tão comum como a rinite alérgica.
O que dizem os novos estudos
Segundo um estudo realizado em 2008 pela marca de pensos e fraldas Tena Lady em parceria com a consultora internacional TNS, uma em cada quatro mulheres apresenta, já apresentou ou virá a apresentar problemas urinários em algum momento da sua vida. E, embora as mulheres sejam mais afectadas por motivos anatómicos e hormonais, os homens também podem sofrer de problemas urinários.
No início do segundo trimestre de 2018, no GFI - Global Forum on Incontinence, o VII Fórum Global de Incontinência Urinária, que decorreu em Roma, em Itália, foram apresentadas as conclusões de um relatório que pretende melhorar gestão da incontinência urinária. Pela primeira vez, um estudo internacional identificou um conjunto de medidas e indicadores de desempenho.
O instrumento, que pode ser utilizado por profissionais de saúde e entidades políticas, deverá servir como guia de referência para a avaliação da gestão diária da incontinência urinária, acreditam muitos dos responsáveis do setor. O estudo "Medição de resultados para melhorar a gestão dos cuidados prestados na incontinência urinária" foi promovido pela Essity e desenvolvido por um grupo de especialistas da consultora KPMG.
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