O pacemaker é um dispositivo eletrónico que é implementado em doentes com bradiarritmia, uma perturbação do ritmo cardíaco. De acordo com os especialistas, tal como a própria cirurgia está repleta de mitos, também o uso do aparelho não escapa a ideias generalizadas que estão erradas. A maioria destes mitos está relacionada com a compatibilidade do dispositivo com outros aparelhos eletrónicos, como o telemóvel.

Mas também persistem dúvidas quanto à prática de desporto. O cardiologista Carlos Morais indica-lhe as precauções mais importantes a seguir e explica-lhe em que situações não deve ter motivos para preocupação.

Telemóvel

O seu uso é seguro desde que mantido a dez centímetros de distância da zona do aparelho. "Se o pacemaker estiver situado à esquerda, o paciente pode usar o telemóvel no lado direito e deixar que outros falem ao telemóvel perto de si, sem problema. Mesmo que se distraia e aproxime o telemóvel do pacemaker, basta afastá-lo para deixar de haver qualquer influência", refere o cardiologista.

Micro-ondas, comandos à distância e outros electrodomésticos

Todos estes aparelhos geram campos eletromagnéticos tão pequenos que não têm qualquer interferência no funcionamento do pacemaker. "O meio ambiente doméstico é completamente seguro", assegura Carlos Morais.

Portas de controlo nos aeroportos

Os alarmes dos aeroportos não são diferentes dos que existem em todos os centros comerciais, sendo apenas mais sensíveis e, visto estarem colocados uma zona de passagem, não apresentam qualquer perigo. "Mesmo que haja alguma interferência esta dura menos de um segundo, isto é, menos de um batimento cardíaco falhado. O paciente deve identificar- se apenas para minimizar os inconvenientes provocados pela activação do alarme", comenta.

Desporto

Se não houver outros problemas que o contra-indiquem, o desporto é totalmente seguro e aconselhado, à excepção de desportos de contacto como karaté ou kung-fu. "Um pontapé poderá afectar a zona à volta do aparelho e interferir com o desempenho do pacemaker", explica ainda.

Texto: Vanda Oliveira com Carlos Morais (cardiologista)