A falta de vitamina D agrava os efeitos da COVID-19 no organismo. Um estudo científico internacional levado a cabo pela Anglia Ruskin University, em Cambridge, no Reino Unido, apurou que, nas populações europeias com défice desta substância, a taxa de mortalidade causada pelo novo coronavírus era superior. Uma outra investigação asiática, levada a cabo na Indonésia, sustenta que 98,9% dos infetados com SARS-CoV-2 que tinham carência de vitamina D morreram.
Análises anteriores já tinham garantido que previne infeções respiratórias, como é o caso de um estudo, divulgado pelo British Medical Journal, em 2017, que reviu a informação avançada por 25 ensaios clínicos. "A vitamina D tem uma ação anti-inflamatória, particularmente se for administrada em doses mais elevadas", garante Adrian Martineau, professor e investigador especializado em imunidade e infeções respiratórias na Queen Mary University of London.
"Quando a vitamina D [presente nos raios solares] é absorvida pela pele, é convertida no fígado e circula, depois, por todo o organismo, criando uma substância antibiótica natural que ataca vírus e bactérias", esclarece o docente. "Esse efeito é genérico. Não é apenas direcionado contra um vírus ou uma bactéria específica e ainda não temos a certeza plena da sua ação", sublinha, contudo. O sol é responsável por cerca de 85% da vitamina D que sintetizamos. Os restantes são fornecidos pela alimentação, pelo que importa incluir regularmente na dieta diária alimentos que garantam o seu aporte, como é o caso dos peixes gordos, como a sardinha.
O salmão, a truta, a cavala, a sarda, o peixe-espada e o atum, variedades piscícolas ricas em ómega-3, são outras das opções a considerar, tal como o fígado de frango e o fígado de vaca. Os ovos de galinha e os de codorniz também figuram na lista dos ingredientes alimentares recomendados. Os vegetarianos devem reforçar a ingestão de cogumelos, contendo os cultivados industrialmente, segundo os especialistas, maiores quantidades de vitamina D do que os selvagens.
O óleo de fígado de bacalhau, o leite de vaca gordo, a bebida vegetal de soja, o leite de amêndoa e algumas variedades de queijos e de iogurtes também asseguram o seu aporte. O recurso a suplementos alimentares é outra das alternativas defendidas pelos médicos. "Se toda a gente ingerisse 10 microgramas por dia, talvez reduzissemos a infeção de COVID-19", defende Adrian Martineau. Segundo as estimativas internacionais, um quinto dos adultos têm carência de vitamina D.
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