“Com a mesma ambição com que outros deram prioridade à Lua ou a Marte, a Europa deve regressar aos oceanos e, tal como no século XV Portugal e Espanha navegaram para alargar o conhecimento, é agora altura de mergulhar no mar profundo à descoberta desse ainda vasto desconhecido que são os oceanos”, disse António Costa.
O governante falava no encerramento do Fórum La Toja, na Galiza, em Espanha, com o homólogo espanhol, Pedro Sánchez.
Na sua dupla dimensão atlântica e mediterrânica, a Europa tem de assumir os oceanos como grande causa e missão global, vincou.
“A Europa não pode faltar à chamada para liderar esta causa essencial para o futuro da humanidade”, considerou Costa.
O primeiro-ministro salientou que os oceanos são uma herança comum da humanidade, uma fonte imensa de recursos e biodiversidade e o mais importante regulador climático e, por isso, necessitam de proteção urgente.
Para reforçar a liderança europeia nesta causa global, o socialista lembrou que Portugal coorganiza com o Quénia a Conferência dos Oceanos.
Inicialmente prevista para junho de 2020, esta conferência, que se realiza em Lisboa, foi adiada para 2022 devido à pandemia de covid-19.
O Fórum La Toja, que começou na quarta-feira e encerrou hoje, reuniu políticos, pensadores e empresários e teve como tema nesta edição de 2021 “Uma Oportunidade para Relançar o Vínculo Atlântico”.
Entre os vários oradores esteve o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Português, Augusto Santos Silva, que defendeu a necessidade de a Europa ser mais autónoma, dona do seu destino e aberta ao mundo, e apontou perigos e ameaças de confrontação e divisão.
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