A análise da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO PROTESTE) tem revelado aumentos quase todas as semanas, "com alguns produtos a registarem subidas de preços de dois dígitos de uma semana para a outra".
Na última semana, entre 28 de dezembro e 4 de janeiro de 2023, os dez produtos com maiores subidas de preço foram:
- os douradinhos de peixe (mais 16%, ou seja, mais 89 cêntimos por embalagem);
- o iogurte líquido (mais 13%, ou seja, mais 30 cêntimos por pack);
- o arroz carolino (mais 10%, ou seja, mais 19 cêntimos por quilo);
- os brócolos (mais 9%, ou seja, mais 24 cêntimos por quilo);
- o grão cozido (mais 9%, ou seja, mais 17 cêntimos por embalagem);
- a couve-flor (mais 8%, ou seja, mais 17 cêntimos por quilo);
- o arroz agulha (mais 7%, ou seja, mais 10 cêntimos por quilo);
- o café torrado moído (mais 7%, ou seja, mais 21 cêntimos por embalagem);
- a costeleta de porco (mais 7%, ou seja, mais 39 cêntimos por quilo);
- e as salsichas Frankfurt (mais 7%, ou seja, mais 9 cêntimos por embalagem).
"Portugal está altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno. Estes representam apenas 3,5% da produção agrícola nacional — sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16 por cento)", adverte a DECO PROTESTE.
No início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, mas atualmente o valor não ultrapassa os 19,4%. "Esta é uma das percentagens mais baixas do mundo e obriga o país a importar cerca de 80% dos cereais que consome", alerta.
A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde eram provenientes grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio pressionar ainda mais um setor que estava há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks
Os dez produtos que mais viram o seu preço aumentar, entre 23 de fevereiro de 2022 e 4 de janeiro de 2023, foram:
- o arroz carolino (mais 81%, ou seja, mais 92 cêntimos por quilo);
- a alface frisada (mais 51%, ou seja, mais 1,04 euros por quilo);
- a cenoura (mais 47%, ou seja, mais 36 cêntimos por quilo);
- o açúcar branco (mais 47%, ou seja, mais 52 cêntimos por quilo);
- a polpa de tomate (mais 43%, ou seja, mais 38 cêntimos por embalagem);
- o leite meio-gordo (mais 42%, ou seja, mais 29 cêntimos por litro);
- a bolacha maria (mais 38%, ou seja, mais 80 cêntimos por pack);
- a couve-coração (mais 38%, ou seja, mais 40 cêntimos por quilo);
- os douradinhos de peixe (mais 38%, ou seja, mais 1,80 euros por embalagem);
- e o iogurte líquido (mais 37%, ou seja, mais 72 cêntimos por pack).
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