Gerir e valorizar o dinheiro de forma autónoma não é uma tarefa fácil para as crianças e jovens. Por isso, é normal que, com o regresso às aulas, os pais tenham dúvidas sobre se devem atribuir uma semanada ou mesada aos seus filhos.
Se é o seu caso, conheça, neste artigo, alguns pontos que deve considerar.
Semanada ou mesada: Como escolher a opção certa para os meus filhos?
Se tem filhos pequenos, é normal que estes tenham mais facilidade em gerir valores menores e num período mais curto. Afinal, as crianças têm apenas algumas bases de literacia financeira e podem não ter a capacidade de somar, subtrair, dividir ou multiplicar valores mais elevados.
Mas se os seus filhos são um pouco mais velhos e estão a entrar na pré-adolescência, por norma, já têm mais bases e maturidade para gerir valores mais elevados. Além disso, nesta fase, os seus filhos têm mais despesas. Ao terem um montante mais alto na sua posse, podem olhar para o dinheiro com maior responsabilidade, garantindo que conseguem pagar os seus encargos.
A idade ideal para dar uma semanada ou mesada
Não existe uma idade ideal para atribuir uma semanada ou mesada aos seus filhos. Cabe-lhe a si perceber como está a capacidade de gestão individual, avaliar se eles estão a conseguir pagar as despesas e se ainda sobra dinheiro para pouparem. Assim, consegue avaliar o nível de maturidade e se é preciso aumentar as bases de literacia financeira.
Contudo, para ter uma noção do que é recomendado por alguns especialistas de educação financeira, as crianças mais pequenas (que frequentam entre o primeiro e o sexto ano de escolaridade) devem receber uma semanada.
Passando dos 12 anos, o nível de exigência deve aumentar, passando a ser atribuída uma mesada.
Quanto dou de semanada ou mesada aos meus filhos?
Tudo depende do seu orçamento familiar e dos objetivos que traçou para a semanada ou mesada dos seus filhos.
Quando dá uma semanada aos seus filhos mais novos, um dos conselhos é atribuir um valor que as crianças consigam gerir com eficácia. Comece por dar uma semanada entre dois e cinco euros e acompanhe o desempenho. Para melhorar a gestão, opte por dar várias moedas e aconselhe o seu filho a dividir o valor para cada dia.
Já em relação à mesada, o valor deve ser mais elevado, sem comprometer, naturalmente, o orçamento familiar. Lembre-se que a atribuição da mesada está a preparar os jovens para terem uma boa capacidade de gestão na vida adulta e serem mais responsáveis quanto às suas finanças.
Mas atenção! Defina bem o que deve cobrir a mesada. Por norma, esta costuma cobrir gastos essenciais (como refeições, carregamentos de telemóvel ou subscrições) e gastos não essenciais (momentos de lazer).
Assim que o valor seja estipulado, relembre o seu filho que vai ter de saber gerir bem o dinheiro para cobrir todos os gastos, uma vez que não receberá reforços se gastar o dinheiro antes de o mês terminar.
A título de exemplo, se der 100 euros de mesada e dividir esse montante por 22 dias úteis, o seu filho terá de gerir cerca de 4,55 euros diários.
Com semanada ou mesada, reforce a importância de poupar
Por fim, não se esqueça de incutir ao seu filho a importância de construir uma poupança.
Pode introduzir o conceito da técnica dos três mealheiros, onde ele distribui o valor da mesada por um mealheiro em que o dinheiro é para gastar, outro para poupar e o último para ajudar quem mais precisa.
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