Os eclipses eram temidos pelos povos antigos, que receavam que o Mundo fosse acabar e, ainda que hoje saibamos que são fenómenos comuns (há geralmente 4 eclipses todos os anos, que ocorrem devido às trajetórias naturais do Sol e da Lua em relação à Terra), eles põem em primeiro plano assuntos que estão diretamente relacionados com a nossa identidade, as nossas emoções, o nosso percurso e quem somos.

Mesmo que os eclipses não sejam visíveis na parte do Mundo em que estamos eles afetam-nos, pois, como envolvem o Sol, astro-rei da nossa galáxia, e a Lua, o satélite que sempre nos acompanha, o impacto que têm sobre a energia dominante influencia toda a vida terrestre. Os efeitos dos eclipses não estão circunscritos à data em que ocorrem, eles estendem-se por vários meses e traduzem-se em encontros, reencontros, circunstâncias e situações que de alguma forma alteram a nossa maneira de sentir e pensar determinadas situações e a forma como lidamos com a nossa vida, as nossas escolhas e trajetórias. O efeito de um eclipse solar tende a estender-se por um ano, sendo mais evidente seis meses após o eclipse, os efeitos de um eclipse lunar manifestam-se por cerca de seis meses e alcançam o seu ponto máximo três meses depois do eclipse.

Os dois primeiros eclipses de 2025 trazem uma importante viragem a nível energético, pois o eclipse lunar de dia 14 de março pôs em destaque os temas ligados a Virgem e a Peixes, e o eclipse de 29 de março volta a trazer ao nosso dia a dia assuntos com que já nos confrontámos no ano passado, voltando a incidir sobre temas ligados a Carneiro e a Balança.

No dia 14 de março, tivemos o primeiro eclipse do ano, que é um eclipse lunar e que opõe a Lua Cheia em Virgem com o Sol em Peixes.

Os eclipses estão relacionados com a movimentação dos Nodos Lunares. No dia 11 de janeiro de 2025, os Nodos Lunares deixaram o eixo Carneiro-Balança e passaram para o eixo Virgem-Peixes (os Nodos Lunares movimentam-se em sentido inverso na roda zodiacal porque não se trata de astros propriamente ditos, mas sim de pontos fictícios, que representam o encontro da órbita da Terra com a órbita da Lua) e, por esse motivo, três dos quatro eclipses de 2025 decorrem no eixo Virgem-Peixes. O eclipse solar do dia 29 de março ocorre com a Lua Nova em Carneiro, ajudando a encerrar assuntos que estiveram em destaque nas nossas vidas no último ano e meio, aproximadamente.

O eclipse lunar do dia 14 de março foi especialmente emotivo, por um lado, e pode trazer-nos muitas dúvidas, instabilidade – mas também poderosas revelações intuitivas. A Lua Cheia encontra-se em Virgem, mas o Sol, o Nodo Lunar Norte e Saturno estão em Peixes e opõem-se-lhe. O Nodo Lunar Sul, que representa de onde viemos ou, para quem acredita na teoria da reencarnação, aquilo que aprendemos em vidas anteriores, está em conjunção à Lua. Este eclipse simboliza e representa, portanto, um poderoso alinhamento com o nosso destino. A Lua em Virgem, conjunta ao Nodo Sul, é “ocultada” pelo Sol em Peixes, conjunto a Saturno, o planeta do rigor, do amadurecimento – e do karma – e ao Nodo Norte, que representa a nossa missão na vida, o ponto para onde nos dirigimos.

Este eclipse vem, pois, abrir um caminho novo na nossa vida, realinhando-nos com o nosso propósito e lançando uma perspetiva diferente sobre aquele que entendemos ser o nosso destino. A razão, associada ao signo Virgem, que é prático, ponderado, reservado, meticuloso e prudente, é temporariamente obscurecida pela intuição, associada ao signo Peixes, que é romântico, sonhador, intuitivo, imaginativo e empático.

Assuntos ligados à saúde, tema associado a Virgem, ao autocuidado, à nutrição, ao rigor e ao nosso desempenho estão em destaque, mas podem ter de ser vistos sob uma perspetiva mais espiritual, holística e transcendental, já que Peixes tem o dom de ver para além daquilo que é óbvio e que é mostrado no plano material, desdenha do materialismo, da ganância e do orgulho e é, de todos os signos do Zodíaco, aquele que mais naturalmente se sabe pôr na pele dos outros.

O eclipse de dia 14 de março trouxe-nos uma nova visão sobre o nosso propósito de vida e chamou a nossa atenção para aquilo que Saint-Exupéry nos ensinou: “O essencial é invisível para os olhos. Só se vê bem com o coração.” Não será fácil manter o foco, pois o Sol, que representa a nossa identidade, o Nodo Lunar Norte, que representa o nosso destino, e Saturno, que representa as lições que temos de aprender, encontram-se os três em Peixes, o último signo do Zodíaco, aquele em que o ego se dissolve mais no coletivo, o que tem uma ligação mais próxima com o que está além do mundo material, com o inconsciente e com a dimensão espiritual do nosso eu.

No dia 29 de março temos um eclipse solar, desta vez o Sol será parcialmente encoberto pela Lua, que se interpõe entre o Sol e a Terra. Tanto o Sol como a Lua estão no signo Carneiro, revisitando temas e assuntos que estiveram em proeminência nas nossas vidas ao longo dos passados 18 meses. Carneiro fala-nos do ego e da necessidade de afirmar a nossa identidade, mas também de coragem de garra e determinação. Com o Sol e a Lua a encontrarem-se neste signo, podemos sentir que chegou o momento de agir num determinado assunto que vínhamos a adiar, de pôr em andamento um projeto que vínhamos a amadurecer, de superar dúvidas e receios que, até aqui, nos fizeram duvidar das nossas competências e capacidades.