O amor é a alma das coisas.
É a causa do brilho da aurora nos olhos de quem ama. É um presente.
Viajar com o amor no coração equivale a viver com um sol no peito. É o mesmo
que portar a essência das estrelas em seu sopro vital. Significa respirar o
subtil no sentimento e comungar pensamentos que só alguém na mesma sintonia
perceberá.

O amor forma laços vitais entre as pessoas.
Porém, muitas vezes certas pré-disposições internas (filhas do passado
mal-resolvido emocionalmente) interferem, formando barreiras e separando-as
sem que o motivo real seja detectado. Outras vezes, é apenas o ego sabotando
o carinho e tirando das pessoas o seu melhor: a capacidade de enternecer o
coração.

Muitas destroem o carinho por demandas do ego negativo e passam a fazer do
relacionamento uma disputa de poder. Confundem o amor com dependência
alienante e a própria arrogância com força de vontade. Corrompem o amor com
posturas teimosas e encapam o coração com camadas de auto-defesa e armam
suas vidas com carradas de ironias. Parecem firmes por fora, mas perderam o
seu melhor por dentro.

Para aqueles que disputam a supremacia sobre o outro há um preço alto a
pagar: perde-se o brilho da aurora do amor nos olhos. No entanto, de que
adianta empertigar a cabeça e parecer auto-suficiente emocionalmente por
fora, se por dentro o coração está cercado pelas trevas da insegurança e os
olhos já não brilham mais?

Ah, meus amigos! Vocês parecem crianças nos relacionamentos. Magoam-se
facilmente e perdem o presente do amor. Pensem no seguinte: relacionamento é
ancoragem. Espíritos afins ancoram-se mutuamente no coração e assim os laços
vitais são formados. Essa ancoragem é necessária para que os parceiros
possam evoluir juntos. No entanto, muitos fogem desse presente e armam
trincheiras cheias de explosivos emocionais nas cercanias do próprio
coração.

Parecem estar presentes no relacionamento, mas estão prontos para detonar as
bombas a qualquer instante.

Nesse caso, há que se perguntar: qual é a sintonia entre amar e se armar? É
possível colher flores tranqüilamente em terreno minado? É possível ouvir a
sinfonia do amor em meio ao trovejar dos canhões emocionais?

Como vocês são complicados na arte do amor! Sem o brilho da aurora do amor
em seus olhos que luz poderá guiar seus caminhos no mundo sem brilho? Com o
peso do passado incomodando (consciente ou inconscientemente) e espetando o
presente com suas repercussões insólitas no campo afectivo, o que será do
futuro do coração?

Flores ou trincheiras? Música ou o espocar das armas emocionais ensurdecendo
o coração? O crescimento dos parceiros ou aquela constante tensão surda
solapando a ternura? Trocar o brilho da aurora do amor nos olhos pelos
vulcões emocionais de uma aventura comandada pela escuridão do ego. Dar
valor apenas à forma carnal (refém do tempo, pois todos envelhecem) e não
perceber o brilho real além das aparências é apenas iludir-se com o
transitório.

A paz nos relacionamentos está nesse brilho. Pensem nisso: o brilho que não
tem idade e não depende da forma...
O brilho que permite a comunicação silenciosa entre os parceiros...
A aurora que encontra a aurora nos olhos do parceiro, os pensamentos que
eliminam a distância e os corações que se admiram mutuamente são frutos
desse brilho. Sem esse brilho, o que existe é apenas o turbilhão das paixões
desencontradas e suas agonias.

Podem estar magoados com o fim de algum relacionamento, mas tudo passa e as
trevas da dor da perda serão naturalmente transcendidas pela aurora do amor.

Banhem-se na luz eterna. Fechem os olhos e pensem na luz branca brilhante
que permeia a tudo. Preencham o coração com essa luz. Tornem-se essa luz.
Sintam-se presentes nesse brilho.

O AMOR É UM PRESENTE DA LUZ.