Bem cedo, aquando da nossa fase infantil, começa a ser incutido em nós esta necessidade de buscar aprovação e validação, contudo, nesta mesma fase, é legítimo e natural que as crianças procurem sentir-se vistas pelos seus pais/educadores/familiares.

O perigo reside no comportamento de gratificação, isto é, as crianças são gratificadas se corresponderem ao que os seus pais fantasiam e exigem delas. Perigo, porquê? Porventura estas crianças (um dia jovens/adultos) não saberão validar corretamente os seus sentimentos, emoções e pensamentos; não saberão fazer escolhas confiando exclusivamente na sua intuição.

Como disse Dr. Wayne W. Dyer: "A necessidade de aprovação é equivalente a dizer-se: A tua opinião sobre mim é mais importante do que a minha opinião sobre mim."

Este fenómeno, da busca da aprovação, existe por todo o mundo, e na nossa casa não é excepção. Pode custar acreditar que também pertence aos números deste fenómeno, e talvez hoje já não se sinta tão condicionado, contudo, desafio-lhe a fazer uma longa reflexão sobre a sua vida até à data presente: Quantas vezes tomou uma decisão confiando apenas no seu sentir? Elas existirão, sim. Serão essas, mais do que aquelas decisões/escolhas em que teve de validar primeiro junto dos pais/professores/colegas/amigos/esposa/marido?

Queremos encaixar, queremos pertencer, e, infelizmente, habita em nós um pânico imenso de ficarmos abandonados, sozinhos, incompreendidos. Estamos a viver a nossa vítima, a dar-lhe força.

Alguns exemplos de uma atitude típica de busca de aprovação:

  • sentir-se deprimido/a ou ansioso/a quando alguém discorda de si;
  • fazer favores a alguém e sentir-se ressentido por não ser capaz de dizer que não;
  • chegar patologicamente atrasado a todas as ocasiões. Neste caso, é impossível não se olhar para si, portanto trata-se de um estratagema de busca de aprovação;
  • pedir desculpa por cada seu gesto seu.

A busca de aprovação é um comportamento autodestrutivo, mas este comportamento tem as suas recompensas, e é por isso que se perpetua esta atitude.

Exemplos de recompensas associadas à busca de aprovação:

  • atribui-se a responsabilidade ao outro, pelos nossos sentimentos;
  • se os outros são os responsáveis, então a mudança também lhes 'pertencerá';
  • reforço da fraca imagem que se tem de si próprio/a, e, assim, consequentemente, há a promoção da auto-comiseração e passividade;
  • sentimento de reconforto, pois os outros estão a reparar em si.

Manter este comportamento é drenante, exaustivo, tóxico e revela muita imaturidade.

Para erradicar este tipo de comportamento deverá assumir a responsabilidade pelo comando da sua vida, em consciência de que é impossível agradar 100% as pessoas com que se relaciona e se relacionará no futuro.

Nascemos todos com os nossos dons e deveríamos investir mais tempo em honrá-los do que em rejeitar os mesmos.

Cure a sua criança ferida, a partir da sua versão adulta que se quer empoderar.

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Quem acolher ser, será.