O convite é regressar a 'casa', é abrandar, é (re)aprender a estar em família. Será que é desta que vamos realmente aprender a valorizar a expressão "less is more"? O essencial mesmo é que a saúde não falhe, que o amor e a compaixão prevaleçam, e sim, chegou o tempo de nos reinventarmos.
Para que possamos viver as próximas semanas adequadamente é fulcral acreditar que tudo vai correr bem, que a bênção de estar vivo é o alimento da alma.
Naturalmente que o medo espreita em todas as casas, principalmente nas casas de pessoas que se encontram 'nos grupos de risco', na casa de todas as pessoas que trabalham por conta própria e temem o pior: não lhes ser possível sobreviver, não terem oportunidade de gerar liquidez por forma a cobrir as despesas fixas e a alimentação dos seus.
Todos os lugares são válidos, não é tempo de julgamentos. Todos somos 'pequeninos', todos queremos colo, que alguém nos garanta que o pior vai passar, sendo que esse alguém pode ser o próprio.
Falamos do medo das famílias, mas nem todos vivem neste regime e existem muitas pessoas sozinhas, numa solidão profunda, onde a esperança há muito se perdeu e parece que nada lhe resta.
De facto, do mundo que todos nós conhecemos até Janeiro, pouco resta.
Coletivamente estamos todos no mesmo caminho: olhar para dentro, identificar o essencial, dar voz à criatividade, reinventar e estar ao serviço do outro.
Por tudo o que acima refiro, e claro que não sou especialista em nenhum assunto particular, concluo com a seguinte reflexão:
- Nunca antes estivemos tão unidos, ainda que estejamos obrigados a um distanciamento físico;
- Há muito tempo que queríamos abrandar, só não sabíamos como fazê-lo;
- Todos os processos de transformação profunda pressupõe sacrifícios;
- Ganhamos humildade quando reconhecemos a nossa condição: humana e falível;
Atualmente queremos que todos fiquem em casa, por eles e por nós. Sem egoísmo, sem ego à mistura;
Chegou o tempo da maioria dos estabelecimentos fecharem, sendo que até então quem estava neste registo éramos nós: fechados em nós, nas nossas necessidades, nas nossas prioridades, nas nossas vidas sem olhar à volta, sem observar, contemplar e valorizar comportamentos básicos, nomeadamente o abraço.
Vamos cuidar de nós! Como? Procurando fazer exercício (em casa também é possível e existem aulas online gratuitas), fazer a higiene das mãos compulsivamente, reforçar o sistema imunitário - com legumes verdes, com corcuma e gengibre, com sopa miso (podem consultar aqui), com vitaminas C e D, com muitos sorrisos e recordações e pensamentos felizes, pois estes contribuem através da libertação de serotonina e dopamina.
Ao sorrir está a ativar a libertação de neuropeptídeos, e ainda que possa ser difícil sorrir, tendo em conta o momento, o cérebro pode ser manipulado apenas pelas expressões do seu rosto. Não custa tentar!
Juntos, contribuindo para a saúde de todos, vamos atravessar este momento de transformação a nível coletivo.
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