À sombra do Bananeiro
Em Braga, Natal não é Natal sem “comer uma banana e beber um banano”, mesmo antes da ceia. Todos os anos, o chamado “Bananeiro” leva inúmeros bracarenses à emblemática Rua do Souto para adoçar o palato e desfrutar do convívio.
Há cerca de 40 anos atrás, um grupo de comerciantes decidiu juntar-se à porta da Casa das Bananas para beber moscatel, desejando boas festas a conhecidos e desconhecidos. Nascia, então, um costume que se espalhou por grande parte da população de Braga.
Bacalhau, o amor de todos
Bacalhau cozido com batatas e couves é um essencial de qualquer mesa de consoada portuguesa. A tradição popularizou-se há muitos séculos atrás, devido ao antigo costume católico de não comer carne nos dias antes do Natal e à facilidade de conservação deste peixe. Foi assim que o Bacalhau se juntou à gama de pratos natalícios, continuando a conquistar estômagos durante o ano inteiro.
No entanto, algumas zonas do país têm outras alternativas ao clássico. No Algarve, o galo de cabidela constitui uma receita bastante apreciada. Pela Beira Litoral, o polvo cozido continua a ser um favorito. Já na região de Lisboa e Vale do Tejo, o peru de Natal marca também presença.
O menino mija?
No Natal açoriano, é comum ouvir a questão “o menino mija?”. Esta é a senha para provar doçaria e licores, normalmente servidos de casa em casa, entre 24 de dezembro e 6 de janeiro.
O costume tornou-se tão popular que a fábrica de licores de Eduardo Ferreira criou o licor “Menino Mija” em homenagem à tradição. As portas das habitações encontram-se abertas de par em par para uma degustação inesquecível!
Regresso dos caretos
Os caretos são figuras conhecidas do património cultural português, especialmente na altura do Carnaval. Contudo, o Natal é também outro momento em que estes personagens saem à rua para divertir a população.
Em Varge, os caretos provocam o povo devido à Festa dos Rapazes, que comemora o solstício de inverno. Na aldeia transmontana de Ousilhão, os caretos manifestam-se em honra de Santo Estêvão, fazendo as suas diabruras de 24 a 26 de dezembro.
Madeiro natalício
No interior do país, chamas altas pela altura do Natal só podem significar a queima do madeiro. Segundo a tradição, acende-se uma grande fogueira no adro da igreja ou numa praça ampla, de modo a promover um momento de reunião da população em torno da lareira.
De Trás-os-Montes ao Alentejo, passando por Bragança, Guarda, Castelo Branco e Portalegre, a fogueira pode chegar a atingir a altura da igreja, permanecendo acesa muito depois da Missa do Galo.
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