Para defender o seu país da invasão russa, alguns dos membros da Kalush Orchestra, grupo de hip hop que incorpora sons étnicos nas composições modernas que grava, pegaram em armas. Um deles chegou a combater na linha da frente. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, concedeu-lhes uma autorização especial para poderem representar a Ucrânia no eurofestival, em Turim, com "Stefania", o nome da mãe de Oleh Psiuk, o vocalista da banda.
Com 51% de hipóteses de vitória segundo o ranking elaborado pelas principais casas de apostas e uma vantagem de 40% em relação aos segundos, Mahmood e Blanco, os representantes italianos, a Kalush Orchestra corre sérios riscos de vencer o Festival Eurovisão da Canção 2022. "Se nós ganharmos, ficaremos muito contentes. A nossa vitória ajudaria a elevar a moral dos ucranianos", afirmou Oleh Psiuk em declarações exclusivas ao Broader/SAPO Lifestyle.
Depois da invasão russa, o quotidiano do vocalista da banda, que criou um grupo de voluntários para ajudar refugiados, mudou radicalmente. "A guerra separou-me da minha namorada. Ela está escondida num abrigo subterrâneo a 300 quilómetros da zona onde estou. Não posso ir ter com ela porque é muito perigoso. Os raides aéreos são uma constante", desabafa o artista. Participar no maior e mais popular concurso de canções do mundo tem sido um escape. "Não me consigo divertir porque estou preocupado com os que me são mais próximos", lamenta, contudo.
"Stefania" é uma homenagem à mãe do rapper e compositor. Retida na Ucrânia, vai acompanhando o filho à distância. "Ela está bem. Ainda esta manhã [domingo] falei com ela, porque no meu país comemora-se hoje o Dia da Mãe. Estava a trabalhar. É assistente de loja", esclarece o artista, que tem o sonho de ir a Portugal depois da guerra. "É um dos países que eu mais quero visitar. Aproveito para mandar cumprimentos aos ucranianos que lá residem", referiu.
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