O sorriso aberto, a boa forma física e a luz que irradia não deixam dúvidas. Sofia Cerveira, que no início de 2018 ficou noiva do namorado, o ator Gonçalo Diniz, está a viver uma fase especial da sua vida. Mais completa desde que foi mãe, em meados de 2016, sente-se também realizada profissionalmente. Em entrevista, a apresentadora partilha com alegria as razões que encontra para festejar e sentir-se feliz. Todos os dias!
Está sempre com um sorriso genuíno no rosto. Qual é o seu segredo para se manter feliz e de bem com a vida?
Esta luz e esta felicidade que transmito, neste momento da minha vida, devem-se claramente à minha filha. Com o nascimento da Vitória, realizei-me muito como mulher e como pessoa. Ao longo destes últimos anos, também tenho tido o privilégio de fazer o que mais gosto profissionalmente e isso tornou-me numa pessoa mais leve e feliz.
Além disso, acho que tenho conseguido fazer uma gestão muito equilibrada da vida profissional e familiar, que é o meu grande pilar. Esta minha forma de estar na vida acaba por transparecer cá para fora.
Como conseguiu conciliar a vida familiar com a carreira profissional?
Não é difícil, mas exige alguma ginástica. Felizmente, tenho um trabalho que me permitiu encontrar um equilíbrio. Tenho a sorte de gravar o «E-Especial» apenas uma vez por mês, o que me permitiu estar sempre com a Vitória nos primeiros meses de vida.
Só parei de gravar durante um mês e depois ela passou a ir comigo para o estúdio. Tive o privilégio de poder amamentá-la, em exclusivo, até aos seis meses, o que exigiu muito mais de mim, mas também me concretizou imenso. Ter tido esta disponibilidade nestes primeiros tempos de vida foi importantíssimo, sobretudo pelo elo que criámos.
Os 40 anos representam um marco especial na vida de muitas mulheres. Como lidou com a entrada na quarta década?
Com muita naturalidade e com alguma expetativa em relação ao tema da maternidade. Tendemos a adiar este passo durante muito tempo por vários motivos, profissionais e pessoais e foi aos 40 anos que senti que tinha chegado a altura certa para mim.
Agora, que já conheço este amor, tenho pena de não o ter experimentado mais cedo, porque gostava de acompanhar a Vitória durante mais tempo, mas este é um pensamento que me ocorre muito de vez em quando. Com a idade, aprendi a viver com menos ansiedade e mais serenidade.
Do ponto de vista emocional, que vantagens lhe trouxe a idade?
Esta idade trouxe-me definitivamente mais maturidade. Apesar da velocidade com que a vida corre e da vontade que eu continuo a ter de agarrar novas oportunidades e desafios, os 40 anos e a maternidade trouxeram-me uma tranquilidade e uma paz que eu não tinha.
Também deixei de fazer grandes planos. É importante definir objetivos mas a curto prazo, porque a vida passa muito rápido. O mais importante é ter as pessoas que amamos, bem, saudáveis e ao nosso lado.
O que mudou na sua vida depois de ter sido mãe?
Ser mãe é um milagre da vida e isso transforma qualquer mulher. Acima de tudo, descobri uma nova forma de amar. Eu já conhecia várias formas de amor. O de neta, o de filha e o de mulher… Mas este que sinto pela minha filha é completamente diferente dos outros. É único! Com a Vitória, parece que tenho ainda mais força para viver e mais garra para lutar.
A maternidade aos 40 anos é uma realidade cada vez mais comum, mas traz com ela receios e desafios. Teve de ter cuidados especiais?
Por já ter 40 anos, tive uma gravidez de risco, mas os cuidados especiais que tive de ter não estavam relacionados com a idade mas, sim, com um problema de saúde que eu já tinha. Há cerca de quatro anos, tive uma trombose venosa profunda e, durante a gravidez, tive de tomar uma injeção de heparina todos os dias para evitar qualquer tipo de coagulação no sangue. Este foi o maior cuidado que tive. A minha gravidez foi muito tranquila.
Está em excelente forma física. Que cuidados teve após o parto?
Engordei 20 quilos e a recuperação depois do parto teve de ser gerida com muita calma. Só comecei a ver diferenças no meu corpo ao fim de cinco meses. O programa Aquamãe, que fiz no Estoril Wellness Center, ajudou-me muito.
Tive sessões de ginástica localizada com exercícios específicos para recuperar a forma no pós-parto, três vezes por semana, durante três meses. Foi uma experiência muito interessante porque podíamos levar os nossos bebés e partilhar as nossas dúvidas e experiências com as outras mães.
Que cuidados tem hoje com a alimentação para se manter em forma e saudável?
Há cinco anos, fiz um teste de intolerância alimentar na Clínica Longaevitas, o YorkTest, que identificou os alimentos aos quais eu sou intolerante e que devo evitar, como é o caso do glúten, do fermento, do ovo, do leite de vaca, da manga, da soja, do caju e do sésamo.
Desde então, retirei esses alimentos da minha dieta e comecei a fazer uma alimentação mais saudável. Sigo também uma regra de ouro há muitos anos, que é a de não misturar as proteínas com os hidratos de carbono. Por exemplo, quando me apetece comer uma massa, acompanho-a com vegetais e, quando como carne ou peixe, acompanho com legumes ou salada. Tenho também o cuidado de beber muita água fora das refeições.
Continua a praticar exercício físico?
Neste momento, não faço tanto exercício físico quanto gostaria. Dou muitos passeios a pé com a Vitória e estou a tentar encaixar gradualmente as minhas rotinas na minha agenda e o exercício físico é uma prioridade. Gosto de correr, de preferência, ao ar livre e, quando posso, vou ao ginásio, onde faço treinos de cardiofitness e exercícios localizados, que são importantes para fortalecer a estrutura muscular e óssea.
Quando soube que estava grávida, tinha acabado de saber que o seu namorado, o Gonçalo Diniz, tinha cancro. Como geriu a vivência da gravidez com uma situação tão difícil?
Foi um misto de emoções. Não vou dizer que foi fácil, porque não foi, mas posso dizer que com a notícia da gravidez nasceu uma nova coragem para mim e para o Gonçalo. Foi uma luz e uma bênção muito grande que nos deu mais força. Sempre que havia uma altura menos boa, lembrávamo-nos que tínhamos ali um bebé a ser gerado com muito amor e, assim, tudo parecia mais fácil e menos doloroso.
A Vitória foi um milagre muito grande que apareceu num momento em que nós precisávamos. E, apesar de o Gonçalo estar doente, nunca deixou de me fazer sentir a grávida mais feliz do mundo.
O que aprendeu com esta experiência sobre a vida e o amor?
Não sei o que é viver sem amor e acho que o amor supera e suporta tudo. Aprendi que a vida não é feita de grandes planos e que a felicidade está nos pequenos momentos.
É uma mulher realizada?
Neste momento, sinto-me muito grata pela família que consegui construir e, a nível profissional, sinto-me muito realizada. Já trabalho em televisão há mais de 20 anos e continuo a encontrar motivos para ir trabalhar superfeliz todos os dias. Tenho a sorte de trabalhar na SIC, que continua a apostar em mim. Ao longo destes anos, tem-me dado a oportunidade de crescer profissionalmente.
Apresentei vários formatos, tive o privilégio de integrar projetos que são uma referência para a estação e, há cerca de quatro anos, assumi uma paixão que já tinha há imenso tempo, a representação. Ter conseguido dar este passo na ficção também me deixou mais feliz e mais concretizada e esta é uma área na qual quero continuar a apostar.
Texto: Sofia Santos Cardoso com Carlos Ramos (fotografia)
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