Depois da introdução dos sólidos aos quatro meses (ver, em detalhe, toda a informação sobre a diversificação alimentar aos quatro meses aqui) e da introdução do glúten e dos iogurtes aos seis meses (ver, em detalhe, toda a informação sobre a diversificação alimentar a partir dos seis meses aqui), a partir de agora o FM vai comer peixe uma vez por dia e um (1) ovo por semana.
Na consulta dos nove meses, a melhor pediatra do mundo e arredores, a querida P., deu luz verde ao peixe, ao ovo e às leguminosas (em bom rigor, as leguminosas seriam introduzidas aos dez meses; contudo, como a P. disse "Se disser a um brasileiro que só dá feijão ao bebé aos dez meses sou crucificada! Por isso, com cautela para ver se não há qualquer reação alimentar, podemos começar a introduzir depois dos seis meses." Assim o fui fazendo).
Aqui ficam todas as dicas alimentares resultantes da consulta dos nove meses:
1. Peixe
Aos nove (9) meses, o bebé deve comer uma refeição com carne (almoço/jantar) e outra refeição com peixe (jantar/almoço) - aproximadamente 50 g de peixe ou 50 g de carne por refeição.
O peixe deve ser (o mais) fresco (possível) podendo, sem problema, ser utilizado peixe congelado.
Contudo, peixe seco, fumado ou em conserva não é permitido na alimentação do bebé.
Se há 30 anos os nossos pais começavam a introdução do peixe com a pescada por ser, supostamente, o peixe que menos reação alérgica podia causar, hoje é considerado um dos peixes com maior potencial de causar alguma alergia. Como tal, a introdução do peixe deve ser feita começando com salmão, depois o atum (fresco e não em conserva!), robalo, dourada, linguado etc. e, apenas por fim, a maruca e a pescada.
2. Ovo
O ovo é servido ao bebé sempre na versão cozida.
Se há uns anos o ovo demorava dez dias a ser introduzido, totalmente, na alimentação do bebé, atualmente a introdução do mesmo é mais célere.
A primeira parte do ovo a introduzir na alimentação é a gema por ter um risco alergénico menor.
Como tal, devemos começar por dar ao bebé 1/4 de gema bem cozida, esmagada, por dia e aumentar, progressivamente, até comer uma gema cozida completa.
Caso o bebé não apresente qualquer reação alérgica, introduzimos também a clara de ovo cozida esmagada.
Se o bebé não apresentar qualquer intolerância alimentar ao ovo, pode comer um (1) ovo cozido por semana.
3. Leguminosas
Teoricamente, as leguminosas (grão, feijão, feijão verde, favas, lentilhas, ervilhas - quer o grão, quer a vagem, etc.) devem ser introduzidas a partir dos dez meses.
Contudo, a partir dos seis meses, podemos começar a introduzir as leguminosas, progressivamente. Na verdade, quando o bebé tinha cerca de sete meses, tinha feijão-verde e ervilhas biológicas ótimos em casa e pareceu-me um "desperdício" não utilizar um pouco na sopa do bebé. Como a P. nos tinha dado luz verde a partir dos seis meses, decidi introduzir e, até hoje, não houve qualquer problema.
Tal como os restantes alimentos, devemos ter o cuidado de introduzir um alimento novo de dois em dois dias para que consigamos perceber se existe alguma reação ao novo alimento.
Contudo, não deixem de falar com o vosso pediatra sobre a questão pois cada caso é um caso.
A proporção de leguminosas a oferecer ao bebé é, aproximadamente, uma colher de sopa de leguminosas por refeição.
4. Cálcio
Este último ponto não é, propriamente, uma novidade mas sim uma "atualização" na alimentação do FM.
O FM não faz a digestão do iogurte. Experimentámos todas as marcas de iogurtes naturais feitos com leite de transição e a reação foi sempre a mesma: bolsou o iogurte "coalhado".
Por sua vez, também não é um bebé "amante" de leite (bebe, no máximo, 150 ml de manhã e 210 ml antes de dormir).
Um bebé entre os seis os 12 meses de idade necessita de 250 mg de cálcio por dia. Por isso, como a quantidade de leite que bebe de manhã e antes de ir dormir não fornece a dose de cálcio necessária, temos de compensar com outros alimentos e com leite na papa do lanche: a papa de flocos de aveia que o FM come ao lanche (ver receita aqui) passou a ser feita também com leite de transição e não apenas com água ou com sumo de laranja.
Contrariamente ao que muitas vezes pensamos, os lacticínios não são a única fonte de cálcio. Por isso, o facto de alguém não ingerir leite, iogurtes ou queijo não significa que tenha um défice deste mineral. Na verdade, há imensas fontes de cálcio. Vejam, a título de exemplo, a tabela que se segue:
Por fim, os brócolos e os espinafres são também uma ótima fonte de cálcio e, no nosso caso, passarão a ter uma presença ainda mais recorrente na sopa do bebé.
Aqui fica a receita da primeira sopa de peixe do meu filho: creme de salmão com espinafres.
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