Cada vez que uma criança faz anos, a história repete-se. Quer oferecer um brinquedo e não sabe o que há-de comprar. Nas lojas, vê prateleiras e prateleiras cheias de brinquedos apetecíveis mas a sua indecisão não pára de aumentar. Todos sabemos que aquilo que as crianças mais gostam de receber não são pijamas nem pares de meias. São brinquedos! Para que a sua escolha seja acertada, faça o trabalho de casa. Pense no que quer oferecer antes de ir às compras, esteja atenta às regras de segurança e teste o brinquedo antes de o levar para casa.
Brincar é a palavra de ordem
De acordo com o pediatra Mário Cordeiro, «todas as crianças brincam e não precisam de brinquedos. Os bebés servem-se do próprio corpo» e «as crianças mais velhas agarram em dois ou três objetos e fazem deles o que querem, inventam histórias e ações». A brincar, vão desenvolvendo as competências intelectuais e motoras que as ajudam a crescer. Evite cair na tentação de oferecer filmes ou jogos de vídeo que prendam os seus filhos ao sofá. Para si são um descanso, mas para eles, em excesso, não trazem muitas vantagens.
A dose certa
Tanto no aniversário como no Natal, será melhor oferecer muitos brinquedos ou apenas um ou dois bem escolhidos? Neste caso, menos acaba por ser mais, como refere Mário Cordeiro. «Um brinquedo que estimule a criatividade, a imaginação, a representação do real, o simbolismo e o prazer de brincar» é suficiente para garantir muitas horas de diversão. E um bom brinquedo não tem de ser complicado. Muitas vezes, são os mais simples que atraem as crianças. Não fique desiludida se, depois de horas a escolher um presente para uma criança ainda muito nova, ela prestar mais atenção ao laço ou embrulho.
Regras de ouro
A segurança é fundamental, defende o pediatra. «Perante um novo brinquedo, seja na loja, em casa ou no infantário, deve fazer sempre uma inspecção visual e táctil antes de o pôr nas mãos da criança», sublinha o especialista. Veja se este tem o símbolo CE (sinal de que respeita a legislação em vigor) e procure na embalagem a indicação da idade a que se destina, instruções e avisos de cuidados a ter.
Verifique se as tintas e plásticos que o compõem são seguros e que não contém peças pequenas perigosas para crianças menores de três anos.
Outro critério essencial é a adequação à idade e desenvolvimento da criança. O brinquedo será um êxito se for um desafio para quem o recebe e o ideal é que «esteja um pouco à frente do grau maturativo da criança», afirma. Mas, cuidado, se for demasiado avançado pode desmotivá-la.
A cada um o seu brinquedo:
- De 0 a 1 ano
Adoram mobiles coloridos. São um estímulo calmante, importante para o bebé. Nesta fase, também gostam de chaves coloridas, rocas e bolas com guizos. Verifique se os decibéis emitidos por alguns brinquedos não são excessivos e se não há o risco de se soltarem peças pequenas.
- 1 ano
Divertem-se com brinquedos falantes que emitem som quando se pressiona um botão e que estimulam a curiosidade pela relação causa/efeito. Gostam de bonecos de plástico de cores coloridas. Preste atenção aos materiais (tintas e plásticos) pois estarão em contacto com a boca do bebé.
- 2 anos
Ofereça puzzles. Estes brinquedos favorecem a concentração e a motricidade fina da criança. Nesta fase, também lhes agradam brinquedos em que carregar num botão faz acender uma luz ou aparecer algo. Adoram objetos musicais.
Veja na página seguinte: Os brinquedos mais indicados para as crianças com mais de três anos
- 3 anos
Conjuntos de pintura, tintas e lápis fomentam a criatividade e desenvolvem a imaginação da criança. Outros brinquedos adequados são bonecas, carrinhos, cozinhas e réplicas de animais domésticos ou selvagens.
- 4 e 5 anos
Os jogos de representação do dia a dia ajudam a simular a vida familiar e social das crianças. Os triciclos e bicicletas são outra preferência. Incentive-os a cumprir as regras de segurança e usar capacete.
- 6 a 8 anos
Os jogos de construção estimulam o espírito inventivo e a reprodução do mundo real. Livros são obrigatórios nesta fase, como salienta o pediatra Mário Cordeiro: «Introduzem a criança num mundo de pensamento diferente».
Texto: Paula Alberty e Luis Batista Gonçalves (edição internet) com Mário Cordeiro (pediatra)
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