Razões para praticar

A prática de Yoga na gravidez proporciona auto-conhecimento, foco, energia e confiança na intuição e instinto. Diminui a ansiedade e stress e aumenta a serenidade e confiança em si própria. Ajuda a descobrir que a força para a gestação , o parto e para cuidar do bebé, vêem de dentro. Torna mais fácil integrar as mudanças da gravidez e preparar-se a todos os níveis, sem medo, para o nascimento e maternidade.

A comunicação entre a mãe e o bebé, começa logo na gravidez a nível subconsciente, intuitivo e natural. Os ritmos de ambos estão em sintonia, por isso, deve oferecer a si mesma e ao bebé , tempo para se descontrair, para se sentir em harmonia com a natureza, para cuidar do seu corpo e alma. A mulher grávida é responsável pelo ambiente onde se vai formar uma nova vida que ao longo de nove meses vai desenvolver as funções físicas e emocionais essenciais. Deve valorizar o trabalho do seu corpo e a evolução que vai fazer ao longo da sua gravidez.

O que é Yoga na gravidez?

Aprende-se a relaxar o corpo profundamente, a acalmar a mente e encontrar um espaço de silêncio interior. Vai-se tomando consciência das capacidades naturais de protecção e nutrição. A prática de posturas de yoga ajuda a focar na respiração, no seu ritmo natural, que ensina a sentir a força da gravidade, que nos liga ao planeta e nos enraíza. Assim, aumenta a estabilidade e alinhamento do corpo e da mente. Esta sensação é vital para que a grávida se sinta parte do mundo natural. Ela revitaliza a sua força e equilíbrio através de movimentos e posturas adaptadas a cada fase da gravidez e solta tensões enquanto alonga os músculos.

As aulas são acessíveis a todos os níveis. Grande parte das grávidas que vêem nunca praticou Yoga. Fazemos exercícios em movimento e posturas (Asanas), respiração controlada (Pranayama), vocalizações, relaxamento profundo e meditação. Quem já praticava antes, vem habitualmente em busca de uma aula específica para a gravidez, da troca de ideias, informação e experiências com outras grávidas.

Se houver historial de interrupções espontâneas da gravidez ou dificuldade em engravidar, deve esperar até à 16ª semana para que o embrião esteja bem implantado. Pode-se praticar até ao fim da gravidez, a não ser que hajam contra-indicações.

Benefícios para corpo e mente

O Pranayama e movimentos suaves podem ser muito benéficos à estabilização emocional e adaptação à gravidez logo desde o início – altura em que não se devem fazer esforços.

Os benefícios do Yoga incluem o alívio de problemas comuns como cãibras, enjoos, problemas respiratórios, insónias, dores musculares e de articulações. Melhora a agilidade da coluna, a flexibilidade, a tonificação muscular e a oxigenação da mãe e do bebé. Observam-se melhorias na concentração e auto-estima. Aprende-se a observar os sentimentos e a sentir-se mais em paz consigo própria.

Para além de beneficiar a mãe, a prática de Yoga tem efeitos benéficos para o bebé ainda no útero, ajuda a diminuir o stress materno e fetal. Ensina a tirar partido do sentimento de plenitude - mãe e bebé poderão continuar a sentir o efeito benéfico muito depois do nascimento.

Quem vem às minhas aulas relata melhorias no sono, na postura, diminuição de dores lombares e pélvicas, flexibilidade, fortalecimento muscular e aumento da tranquilidade e sensação de contacto com o bebé. Em relação aos partos, recebo a informação de que o que fizeram nas aulas ajudou o trabalho de parto e o nascimento dos seus filhos.

Preparação para o parto

O parto além de físico, é também um grande desafio emocional, o momento de renascimento da mulher enquanto mãe.

O corpo de mulher tem toda a sabedoria e todo o poder que a grávida precisa. É uma sabedoria instintiva e intuitiva que se alcança quando nos livramos de alguns condicionamentos culturais e inibições e as trocamos pelo processo de abertura a nível físico, energético, mental , emocional e espiritual. Quando se aprende a confiar nesta sabedoria interior, perde-se o medo de dar à luz.

Outra vantagem de se inscrever em aulas de yoga específicas para grávidas é o apoio do grupo, com quem pode partilhar informação, esperanças e receios e assim descobrir mais opções para esta fase tão especial da sua vida.

Trabalho de parto e parto

Nas aulas desenvolvem-se capacidades que irão permitir que a mãe se entregue ao processo do nascimento, à força da natureza que flui através dela e viva o parto com espontaneidade. Poderá transformar a sua percepção da dor, que relativiza e se torna aceitável e tolerável (O bebé beneficia desta sabedoria). Terá mais facilidade em confiar e, assim libertar as hormonas anestesiantes que são naturalmente produzidas pelo seu corpo durante o trabalho de parto, parto e pós-parto.

A prática de yoga na gravidez ficou guardada na mente e, no momento do nascimento a parturiente pode-se abrir à vida, sem medos e em celebração. É facilitado o encaixe do bebé, há maior consciência do pavimento pélvico que fica mais forte e elástico e a bacia adquire mais abertura. Se entre contracções a mãe souber relaxar e respirar com a barriga, o bebé também pode relaxar e preparar-se para a contracção seguinte. A exigência física do trabalho de parto e parto é facilitada.

Pós-parto e Maternidade

A experiência da maternidade começa logo na gravidez. A grávida está a transformar-se numa mãe forte e saudável. O Yoga favorece a confiança nos recursos internos de quem o pratica e isto reflecte-se no fortalecimento dos laços mãe-bebé no pós-parto. A prática de yoga no pós-parto é anti-depressiva, diminui ansiedade e stress, melhora a qualidade do sono, fortalece a postura, fortalece o pavimento pélvico e a coluna. Reduz tensões e desconfortos e no geral proporciona uma recuperação mais profunda.

A prioridade é descansar, fortalecer o contacto com o bebé, e fortalecer as costas e o pavimento pélvico. Se tudo estiver bem, deve poder recomeçar as aulas logo ao fim de duas semanas, conforme se sentir e de acordo com opinião do profissional de saúde. Se tiver tido uma cesariana deve esperar mais um ou dois meses e recomeçar só com aconselhamento do médico.

Contra indicação absoluta à prática de asanas e pranayama:

- Doença cardíaca significativa
- Doença pulmonar restritiva
- Risco de prematuridade
- Placenta prévia depois de 26 semanas de gestação
- Ruptura de membranas
- Sangramento uterino persistente no segundo ou terceiro trimestre
- Incompetência do colo do útero
- Pré-eclampsia

Mariana Vilas, Instrutora de Yoga, Centro do Bebé