A obesidade infantil, que tem vindo a subir a um ritmo galopante nas últimas décadas, é um dos problemas sociais dos dias de hoje. Um estudo conduzido por um grupo de psicólogos da Universidade da Flórida, nos EUA, afirma que os filhos de pais divorciados tendem a ganhar peso a mais, agravando-se a situação com a transição para a vida adulta. Os especialistas culpam o stresse, a par da genética e de uma ingestão calórica excessiva.
Uma outra investigação norte-americana, da Universidade de Duke, divulgada pela publicação Social Science and Medicine, avança uma ligação entre a exposição à violência, pobreza e obesidade. Segundo os cientistas, nos dias em que são mais confrontados com cenas de violência, em casa, na rua ou nos ecrãs de televisão, de smartphone e de cinema, tendem a comer mais. Nos dias em que dormem menos, também.
Em Portugal, a tendência não difere muito do panorama internacional. A realidade infantil, que muitos especialistas já apelidam de epidemia do século XXI, também preocupa. Para saber se o peso da criança é revelador de algum problema de saúde, os médicos avaliam o peso e a estatura da criança, calculam o Índice de Massa Corporal (IMC) e interpretam estas condicionantes em função das curvas de crescimento (percentis).
Uma em cada três crianças com problemas
Para calcular o Índice de Massa Corporal (IMC) do seu filho e ver se tem razões para se preocupar, utilize uma das muitas calculadoras digitais disponíveis online, como é o caso desta. Se preferir, pode fazer as contas. O pediatra António José Guerra explica como se fazem estes cálculos. O IMC é sempre calculado através do peso em quilos sobre o quadrado da altura em metros (peso/altura x altura).
Há diferentes curvas de percentis para caracterizar a obesidade. As curvas que estão no Boletim de Saúde dos 2 aos 18 anos são, habitualmente, as do Center for Disease Control (CDC). Até aos 2 anos, utilizam-se, geralmente, as curvas do Euro Growth Study e da Organização Mundial de Saúde. A definição de sobrepeso corresponde a um IMC acima do percentil 85 e abaixo do 95. A obesidade define-se quando o IMC ultrapassa o 95.
Estes cálculos são feitos por profissionais de saúde que lidam com o acompanhamento da criança, como médicos ou nutricionistas, por exemplo. Se a criança for acompanhada regularmente por um profissional de saúde, este será o primeiro a alertar os pais para a situação. Em Portugal, segundo dados da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI), uma em cada três crianças tem problemas de obesidade.
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