“Informa-se que devido à greve do dia 31 de janeiro a escola [Fontes Pereira de Melo] encontra-se sem atividade letiva”, era o aviso que se lia hoje às 08:00 numa folha branca de formato A4 afixada na porta principal da Escola Fontes Pereira de Melo do Porto.
Em frente à Pereira de Melo estava Sofia Silva, trabalhadora independente na área da tradução e revisão linguística, ladeada pela filha Beatriz Vasconcelos e as colegas para decidirem o que vão fazer face à greve que encerrou a escola. Uns vão para casa com os pais, outros seguem diretos para centros de estudo perto das escolas e há uns estudantes que ligam aos avós para os virem buscar.
“Vou levar a minha filha para casa, porque posso conciliar trabalho em casa”, contou, acrescentando que vai ficar a aguardar pelos pais das amigas da filha até que as venham recolher neste dia de greve.
Mais à frente está Carla Pinto, outra mãe e encarregada de educação com vários estudantes para definir para onde é que vão passar o dia. “Uns vão para os avós, outros vão para os centros de estudo e outros para casa estudar, porque é altura de muitos testes de avaliação”, revelou Carla Pinto.
A uns cerca de 300 metros de distância os pais e alunos que chegavam às 08:20 à Escola Secundária Clara de Resende também batiam “com o nariz na porta”. Os portões negros da escola Clara de Resende ficaram fechados e um aviso informava que o estabelecimento estava encerrado devido à greve.
“As atividades letivas poderão ser retomadas a partir das 11:15 após nova avaliação do número de funcionários em greve”, lia-se ainda no aviso informativo.
Xavier Marcelino, que frequenta o 7.º ano na escola Clara de Resende contou à Lusa que estava a avisar os amigos da turma para não virem para a escola.
“Como moro aqui ao lado, vim a pé, vesti-me rápido e vir ver se a escola estava aberta ou fechada”, descreveu o estudante que estava sem mãos a medir para responder às solicitações via telefone para dar informações aos colegas.
Na Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas do Porto as portas também estão encerradas com o aviso afixado a dizer que “não há atividades letivas por motivos de greve”. As perspetivas de abrir também são uma incógnita, disse à Lusa uma auxiliar de educação daquela instituição enquanto abria a porta a um professor.
A história repete-se também na Escola Filipa de Vilhena e noutras escolas como adiantou à Lusa Orlando Gonçalves, do Sindicato das Função Pública do Norte, referindo que recebeu SMS (mensagens de telemóvel) a informar que “muitas escolas estão fechadas”.
A Frente Comum da Administração Pública, da CGTP, convocou para hoje uma greve nacional contra a proposta de aumentos salariais de 0,3%.
Seguiu-se o anúncio de greves nacionais por parte das estruturas da UGT - a Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap) e a Frente Sindical liderada pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).
Entretanto, várias organizações setoriais marcaram também greves para hoje, como são os casos da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), afeta à CGTP, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (FENSE), da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas do Diagnóstico e Terapêutica.
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