Em todo o mundo, as pessoas tomam precauções para se proteger desta doença, bem como às suas famílias. Tentam, na medida do possível, levar uma vida normal, mas esta missão não se afigura fácil nos dias que correm. Uma coisa é certa: a vida não pode parar. Escolas e professores desempenham neste processo um papel fundamental no sentido de permitir que as crianças continuem o seu processo de aprendizagem num ambiente acolhedor, respeitoso e inclusivo.

Pretende-se que os professores estejam capacitados para promover junto dos alunos de diferentes idades, desde o pré-escolar ao ensino superior, competências inerentes à prevenção e ao controlo da propagação da COVID-19, de acordo com as orientações das próprias escolas, em articulação com as autoridades de saúde.

Pré-escolar

Neste nível de escolaridade os cuidados de higiene pessoal podem apresentar-se como uma das melhores formas de manter as crianças protegidas do coronavírus e de outras doenças. Neste sentido, torna-se essencial, por exemplo, que, desde cedo, as crianças sejam encorajadas a lavar regularmente as mãos durante 20 segundos.

Esta atividade não acarreta necessariamente que, as instruções assentes na conversa com as crianças, sejam de tom grave e sério, pelo contrário. É possível e desejável conferir-lhe um carácter mais lúdico e apelativo mediante a utilização, por exemplo, de uma música ou até de uma dança. O objetivo será promover uma maior compreensão por parte das crianças, procurando que estas integrem essa tarefa e as regras implícitas, de forma descontraída, clara e divertida. Direcionar a tosse e os espirros para o antebraço é outra das regras fundamentais para o controlo do contágio. Se todos o fizermos, será mais difícil o contacto com o vírus. Ensinar através do brincar, pode ser uma ótima estratégia para os mais pequenos.

Pode usar, por exemplo, bonecos para demonstrar como são os sintomas (espirros, tosse, febre ou outros). Recorra, igualmente, a formatos mais lúdicos, tão do agrado dos mais novos, para que estes consigam perceber como devem lidar com as várias situações que surjam, como por exemplo o medo e a dor (dor de cabeça, de estômago, cansaço). Pode ser também útil que as crianças, através desse jogo, entendam como se pode confortar alguém que esteja doente.

No que respeita ao distanciamento social, uma boa forma para explicá-lo às crianças pode ser, por exemplo, através do jogo do círculo. Neste, os jogadores devem estar em roda, todos com a mesma distância entre si e, quando abrem os braços, nunca se podem tocar.  As crianças, "ao bater as asas" devem manter o espaço suficiente entre si de maneira a nunca se tocarem.

Primeiro Ciclo

Certifique-se que ao ouvir as preocupações e perguntas das crianças, responde a cada uma delas de forma adequada para a sua idade, não as sobrecarregando com demasiada informação. Encoraje-as a manifestar o que estão a sentir e faça entender, reforçando e valorizando o que dizem, que essas reações são naturais e fazem muito sentido nas atuais circunstâncias de pandemia.

Nunca é demais realçar que as crianças podem ter um contributo decisivo na sua proteção e na de quem as rodeia. Pode aproveitar conceitos já apreendidos, como os já conhecidos "bichos", para falar sobre os germes, a importância de lavar regularmente as mãos e de manter as superfícies de trabalho limpas. Não menos relevante, apesar de representar um grande desafio, será explicar que devem guardar os abraços e as manifestações de carinho para quando esta fase pandémica terminar.

Falar abertamente sobre o distanciamento social e de outros comportamentos de higienização, deverá fazer parte do dia a dia escolar dos estudantes. Através de exemplos práticos e simples, como por exemplo a utilização de um prato com água e algumas ervas (por exemplo orégãos) e algumas gotas de sabão, podem ajudar a demonstrar facilmente como podemos afastar este vírus da superfície do nosso corpo.

Outra estratégia poderá passar pela organização de pequenos debates entre as crianças para que falem, sem receios, sobre as práticas que têm em casa e como podem contribuir para ajudar a melhorar o convívio dentro da instituição escolar. Promova também a realização de atividades através das quais consiga exemplificar as consequências de simples gestos como, por exemplo, tossir para as mãos e, de seguida, dar a mão a um colega. Veja as reações das crianças e converse com elas sobre o que concluem.

Segundo e terceiro Ciclos e Ensino Secundário

Nesta faixa etária, alertam os especialistas, a taxa de transmissão pode ser mais elevada, revelando-se um dos possíveis maiores focos de transmissão da doença.

É necessário alertar os jovens que devem dar o seu melhor para se protegerem e manterem em segurança todos aqueles que os rodeiam.

Deve ser promovido um diálogo constante com os jovens, transmitindo a informação necessária para que estejam constantemente em alerta, ou para que exponham as suas preocupações e anseios.

Nestas idades é fácil transmitir os conceitos mais importantes de distanciamento social e da necessidade de não potenciarem os vulgos “ajuntamentos”.  Haverá tempo para voltar a socializar como antes. Nos dias que correm, o essencial é aprender com a mudança e crescer de forma segura.

Fale sobre a higienização constante das mãos, a importância de tossir e de espirrar de forma protegida para o antebraço. Estes e outros procedimentos devem ser introduzidos pelos adultos no dia-a-dia destes jovens.

É fundamental que os jovens se sintam parte essencial no combate ao vírus, de maneira a prevenir a propagação da pandemia e diminuir a velocidade do contágio. Para tal, é necessário dar-lhes as ferramentas através das abordagem mais adequada à sua idade, para que assim possam ultrapassar estes novos tempos sem receios.

Fale abertamente com os estudantes sobre o coronavírus e o impacto que teve e continua a ter nas suas vidas. É igualmente importante que saibam como reagir e o que necessitam de fazer para se protegerem.  A discussão sobre a saúde pública será um dos temas mais importantes do novo ano letivo.  Crie grupos de trabalho para que apresentem e debatam ideias sobre a COVID-19, para permitir a partilha de experiências e conhecimentos.

Promova debates durante os quais os alunos possam expor ideias sobre os planos de contingência das escolas e para que ajudem na criação de regras e medidas de segurança no espaço escolar.  Esse envolvimento e participação, fará com que se sintam parte integrante e ativa da luta contra o vírus, tornando-os jovens ativos e com uma maior consciência cívica.

Artigo publicado por SEI - CENTRO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM