Em entrevista à agência Lusa no âmbito do 50.º aniversário da Impetus, Ricardo Figueiredo, vice-presidente da Impetus, avançou que o plano para o futuro próximo é “continuar e reforçar” a aposta na “sustentabilidade”, na “transparência da cadeia de valor”, bem como na “automatização e digitalização dos processos” e na “inovação com o lançamento de novos produtos de maior valor acrescentado”.
A Impetus, localizada em Esposende, distrito de Braga, e fundada em dezembro de 1973, pelo casal Alberto Figueiredo e Emília Figueiredo, registou um volume de negócio em 2021 de “44 milhões de euros”, em 2022 teve um valor superior a 50 milhões de euros e a previsão para este ano é atinjir os 45 milhões de euros, referiu o vice-presidente da Impetus.
Questionado sobre a expectativa para 2024, assume que o mercado está apreensivo e é precoce fazer previsões.
“Os clientes estão todos muito apreensivos. Nós sentimos isso não só nos nossos clientes, mas também nos fornecedores de outros clientes, porque a tinturaria fornece também para outros fabricantes. Portanto, para 2024 ainda é muito imprevisível aquilo que vai acontecer”, refere, observando que 2021 e 2022 foram os “melhores anos de sempre” da Impetus.
Atualmente a exportar 95% da sua produção, a Impetus está presente em 35 países, mas o plano para o futuro passa por estar em menos mercados, mas com “maior presença”, por isso têm uma campanha em Portugal, Espanha e França, onde vão continuar a apostar.
A Impetus emprega, atualmente, cerca de mil pessoas, embora em 1973 tenha começado com apenas seis costureiras numa casa de umas tias de Alberto Figueiredo.
“A empresa começou de uma forma quase casual. Eu estava na tropa, entretanto casei com aquela que é minha mulher, e o padrinho do nosso casamento disse que tinha uma fábrica e pediu-nos para ir para lá trabalhar”, conta Alberto Figueiredo, hoje com 73 anos.
Essa fábrica não singrou, por desentendimentos dos sócios, mas o casal Alberto e Emília Figueiredo, decidiu montar uma pequena empresa que, em dezembro de 1973, começou a exportar roupa interior com cores garridas como amarelo, verde, vermelho, algo “impensável” em Portugal na altura da ditadura, recorda o fundador.
Depois veio a Revolução do 25 de abril e o negócio das vendas da roupa interior cresceu porque “o poder de compra dos portugueses aumentou consideravelmente”.
Uma das inovações que o fundador da empresa destaca é o uso da tecnologia para reaproveitar os desperdícios dos tecidos para fazer mais roupa interior, como pijamas reciclados.
O uso da “outlast”, uma tecnologia que regula a temperatura através de umas cápsulas colocadas no fio do tecido e que foi desenvolvida inicialmente pela National Aeronautics and Space Administration (NASA), é outra das inovações que a Impetus apresenta no mercado internacional, com camisolas interiores capacitadas para regular a temperatura mais confortável para o corpo humano.
Questionado sobre qual o segredo do sucesso da Impetus, Alberto Figueiredo é rápido na resposta, assegurando que os segredos para o sucesso foram o constante investimento e o trabalho ao lado dos funcionários, dando o exemplo.
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