Andavam à procura de novas oportunidades de negócio e encontraram uma em Gouvinhas, entre o Peso da Régua e o Pinhão, em duas quintas com 52 hectares, com 42 hectares de vinha. "O Douro é, para nós, a região vinícola com mais potencial de crescimento em todo o mundo. Temos qualidade mas ainda há um longo caminho para o reconhecimento da marca Douro a nível mundial", considera, contudo, Cristiano Gomes, o empresário que, em parceria com Rubens Menin, fundou a Menin Douro Estates.
"Tanto eu como ele, acreditamos que nenhum negócio tem hipóteses de sucesso se não for movido pela paixão. Eu e o meu sócio temos duas paixões, Portugal e os vinhos. O vinho esteve sempre muito presente na minha vida", assume o empreendedor. Em julho de 2018, os investidores brasileiros compraram as primeiras duas propriedades vitivinícolas na região. Em abril, adquiriram mais uma. "Estão situadas em áreas com muito potencial, como o Cima Corgo e o Baixo Corgo, nas margens do Douro", refere.
Cerca de 11 hectares das quintas que possuem integram vinhas velhas. "Já identificámos lá 54 castas e estamos a tentar ir para além disso. Temos uma bela reserva já acumulada que pretendemos guardar durante muitos anos", confidencia Cristiano Gomes. A aquisição da Horta Osório Wines, há quatro meses, também foi feita a pensar no fututo. "Tem uma adega muito bem equipada e vinhos bem cuidados. Permite-nos aumentar a escala e operar num mercado com maior peso e com uma maior visibilidade", regozija-se o empresário. Mais recentemente, a Menin Douro Estates reforçou o investimento, com a aquisição de uma quinta com dois quilómetros de margem do rio Douro.
Apesar dos muitos planos, parte das atenções estão agora centradas no Douro's New Legacy Reserva 2018 e no Menin Reserva 2019, os primeiros vinhos que agora lançam, já à venda no site de comércio eletrónico Adegga e na Garrafeira Nacional. Produzido com 35% de Touriga Nacional, 35% de Touriga Franca, 10% de Tinta Barroca, 10% de Tinta Amarela e 10% de mistura de castas provenientes de vinhas velhas, o Menin Reserva Tinto 2019 é um vinho com notas de frutos vermelhos silvestres, amoras e ameixas.
Com taninos vivos mas polidos, este néctar, desenvolvido pelos enólogos João Rosa Alves e Tiago Alves de Sousa, estagiou durante 14 meses em barricas de carvalho francês e carvalho americano, a maioria usadas. Com um teor alcoólico de 13,5%, surpreende pelo volume e pela estrutura de boca. Está à venda por 18 € e foram produzidas 35.000 garrafas. "Será sempre a nossa gama de entrada. Não será um vinho para durar décadas mas tem alguma capacidade de estágio em garrafa", refere o enólogo João Rosa Alves.
Numa categoria superior está o Douro's New Legacy Reserva 2018. Produzido com 60% de uvas de vinhas velhas, algumas delas com mais de um século, também tem na sua composição 40% de Touriga Franca proveniente de videiras com 45 anos. Está à venda por 100 € e foram apenas engarrafadas 3.625 garrafas, todas elas numeradas. "Acreditamos profundamente que é um vinho que vai durar décadas. Estamos muito orgulhosos deles", confidencia Tiago Alves de Sousa, enólogo consultor da empresa.
Com uma cor rubi intensa, aromas muito finos de ginja, groselha negra e chocolate preto, o Douro's New Legacy Reserva 2018 manifesta ainda nuances balsâmicas de cerejeira, noz-moscada e hortelã-pimenta. "Revela uma boca bem estruturada, mas plena de harmonia e frescura, com um final de boca longo e persistente", descreve João Rosa Alves. Vindimadas durante 28 dias, em setembro e outubro de 2019, as uvas fermentaram e estagiaram 18 meses em barricas de carvalho francês e americano.
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