Não têm a melhor das famas mas a verdade é que não param de chegar ao mercado, sobretudo lá fora, novos alimentos modificados geneticamente, sempre a pensar nas necessidades e nas exigências dos consumidores dos tempos que correm. Uns são alegadamente melhores para a saúde, outros apresentam um sabor mais intenso e, no meio das muitas novidades, ainda há outros que se conservam por mais tempo.
Nos EUA, em novembro do ano passado, a Artic começou a comercializar embalagens de fatias de maçãs que nunca escurecem. Outra das novidades são as batatas Innate, que também não ficam com manchas negras, mesmo depois de apertadas. Para além disso, são também mais saudáveis. Quando são fritas, produzem menos acrilamida, uma substância suspeita de provocar cancro, do que as batatas convencionais.
Trigo com níveis de glúten que as pessoas com doença celíaca podem consumir é outra das novidades em desenvolvimento. Há, pelo menos, dois grupos em todo o mundo que estão a modificar os genes deste cereal para que as proteínas do glúten possam passar a ser ingeridas por quem sofre desta patologia. Um novo trigo transgénico está também a ser testado clinicamente em Espanha, devendo chegar ao mercado nos próximos anos.
O ananás que promete vir a fazer furor
Alguma vez lhe passou pela cabeça provar um ananás cor de rosa? O Food and Drug Administration, o regulador de saúde norte-americano, deu, em dezembro de 2016, luz verde para a produção deste fruto mas, um ano e meio depois, ainda não chegou ao mercado. A cor deve-se à acumulação de licopeno, o pigmento que torna o tomate vermelho, que foi manipulado geneticamente para substituir o amarelo tradicional.
Para além de ter propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, esta substância previne as doenças cardíacas, combate o cancro da próstata e a infertilidade nos homens, reduz os efeitos de uma exposição solar excessiva na pele e ainda melhora a qualidade do cabelo. De acordo com quem já os provou, os ananases cor de rosa têm ainda a vantagem de ser ligeiramente mais doces e (ainda) mais aromáticos do que os tradicionais.
Rico em ómega-3, o óleo de colza, também apelidado de óleo de canola, é obtido a partir de uma variedade de couve-nabiça. Em 2007, foram cultivados 1.200 hectares de terreno nos EUA, produzindo-a através de inovadores processos de manipulação genética. Numa primeira fase, o plano é comercializá-lo como alimento para peixes e só depois, numa segunda fase, para consumo humano, em substituição de outros óleos.
Toranjas com antocianina e bananas com provitamina A
No Uganda, uma variedade de bananas com provitamina A está a ser testada, podendo ser comercializada a partir de 2021. A falta desta substância a partir da qual o organismo pode formar uma vitamina pode provocar cegueira. Em fase de desenvolvimento está também uma variedade de toranja com maiores quantidades de antocianina, um pigmento vegetal benéfico. A data de comercialização ainda não foi avançada.
Outra das novidades é pão branco de alta fibra, produzido com trigo manipulado geneticamente. Depois de apurarem o método que o permite, um grupo de investigadores conseguiu introduzir-lhe um gene que produz farinha branca com três vezes mais fibra dietética que a farinha branca tradicional. Em fase de desenvolvimento, há mais tempo, está também uma variedade de arroz que reduz a deficiência de vitamina A.
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