Combina bem com a praia, com um lanche mais urbano, com o verão e inverno. A Bola de Berlim, de feição tão portuguesa, nasceu da sua congénere alemã, a “Berlinesa” (Berliner). Uma viagem deste bolo até à Europa do Sul decorrente das migrações, nos anos 40 do século XX, por altura da Segunda Guerra Mundial. Quem nos explica esta epopeia é João Castanheiro, gerente da pastelaria Aloma, em Lisboa: “as famílias judaicas em fuga da Alemanha Nazi, introduzem a receita da ´Berlinesa” em Portugal. Esta sofreu adaptações ao gosto nacional”.
Ou seja, em terras lusas, a Bola de Berlim perdeu o seu original recheio de doce à base de frutos vermelhos, ganhou um corte transversal onde se introduziu o creme de ovos. Os portugueses aplicavam na bola alemã aquilo em que há muito são exímios: a doçaria à base de ovos, neste caso o creme pasteleiro (uma mistura de água, leite, açúcar, farinha, gemas e claras de ovos, limão, baunilha e manteiga).
Isso mesmo explica-nos João Paulo, chefe pasteleiro da pastelaria Aloma: “na produção deste bolo não há segredos. Pesa, claro, a qualidade dos produtos. Leva farinha, ovos açúcar, margarina, sal e um pouco de brandy. Temos de ter boa mão para amassar. O creme de ovo tem de estar no ponto”.
Para os puristas Bola de Berlim é precisamente com este recheio de ovos. Contudo, desde a década de 1990, apareceram novidades: a Bola de Berlim com doce de chocolate, com doce de morango ou doce de leite.
Mas não se pense que a Bola de Berlim, ou Berliner, é um exclusivo português e alemão. Há-as no Brasil (sonho), nos Estados Unidos (Bismarcks), na Austrália (Berliner), Na França (Boules de Berlin), na Finlândia (HillomunkkiI), entre outros países.
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