“Caspacho ou gaspacho, que por ambas as formas se pronuncia, consiste numas sopas de pão em água fria e vinagre com azeite, sal e alho pisado, ao que algumas pessoas adicionam pedacinhos de pimentões verdes, cebola crua e tomates crus. É comida própria dos dias de calor, assaz vulgaríssima em todo o Alentejo e Estremadura espanhola”. É de forma eloquente que o etnógrafo português, José da Silva Picão, nos descreve o gaspacho alentejano.
Comer de estio, fresco, que foi em tempos de ricos (com o tomate e o bacalhau desfiado) e de pobres (com o pão, azeite e vinagre) e que neste século XXI merece, na alentejana Mourão, festival ibérico de 29 a 31 de julho.
Uma festa raiana com uma particularidade. Vai fazer-se numa praia fluvial, à beira da albufeira de Alqueva, chamando para o areal um outro gaspacho, vizinho do alentejano, aquele que se faz do outro lado da fronteira, na Estremadura espanhola. Ali, a mesma simplicidade nos ingredientes, mas diferenciando-se do português por ser servido com os alimentos liquefeitos.
E, assim, ao sabor dos dois lados da fronteira vai decorrer mais uma edição do Festival Ibérico do Gaspacho, iniciativa onde não vai faltar a mostra e venda de produtos locais, provas e degustações de presuntos, vinhos, pães e azeites.
Na sexta (19h00), os participantes no festival terão a oportunidade de acompanhar o showcooking “Gaspacho Alentejano/Gaspacho Extremenho”. No sábado (11h00), o convite fica para a participação numa atividade de reinvenção do gaspacho pelo IEFP. Por seu turno, no domingo (11h00), decorrerá um convívio e discussão popular sobre gastronomia alentejana e estremenha sob o tema “Gaspacho ou Caspacho”.
O Festival Ibérico do Gaspacho conta na animação musical, entre outras presenças, com a do grupo De Moda em Moda, DJ Moonlight, Sebastião Antunes e Guadrilha e bandas filarmónicas.
A iniciativa decorre sexta e sábado, das 19h00 às 2h00, domingo, das 11h00 às 23h30.
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