O Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física da Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda que, para (man)ter(em) um estilo de vida saudável, os adultos devem praticar, pelo menos, 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana. Apesar do número de praticantes de desporto ter vindo a aumentar nos últimos anos, continuam, no entanto, a ser muitos os que ainda resistem a fazê-lo, apesar das vantagens comprovadas para a saúde que a prática regular de exercício proporciona.
Uma das formas mais práticas, acessíveis e económicas de fazer desporto é andar, alertam os especialistas. "Um excelente exemplo deste nível de atividade física é uma caminhada rápida. E 30 minutos por dia são suficientes", garante também um artigo do Cardio 365º, um projeto informativo multiplataforma que pretende melhorar a vida dos portugueses, fornecendo-lhes ferramentas para prevenirem e combaterem as doenças cardiovasculares. Estes são cinco dos (muitos) benefícios que a ciência já comprovou.
1. Diminuem o risco de doença crónica
Segundo a American Diabetes Association (ADA), caminhar com regularidade reduz os níveis de açúcar no sangue e, com isso, o risco geral de desenvolver diabetes. Investigadores da Universidade de Boulder no Colorado e cientistas da Universidade de Tennessee, nos EUA, descobriram ainda que andar regularmente diminui a pressão arterial e pode reduzir o risco de derrame entre 20% a 40%.
"Mas o resultado mais surpreendente foi o de um estudo norte-americano, divulgado pela publicação científica New England Journal of Medicine, que descobriu que as pessoas que caminhavam pelo menos 10 minutos, cinco ou mais dias por semana, tinham um risco 30% menor de desenvolver doenças cardiovasculares em comparação com as pessoas que não caminhavam regularmente", refere o Cardio 365º.
2. Melhoram a saúde cardiovascular
Fazer uma caminhada obriga o coração a trabalhar mais sem provocar uma pressão excessiva no sistema cardiovascular. Uma meta-análise, realizada ao longo de mais de três décadas, entre 1970 e 2007, revelou que, quando praticada com regularidade, a caminhada reduz em 31%, o aparecimento de eventos cardiovasculares como a angina do peito, o ataque cardíaco, a insuficiência cardíaca e o acidente vascular cerebral (AVC).
Na mesma investigação, os cientistas apuraram que os homens que caminharam, pelo menos, 30 minutos por dia, apresentavam um menor risco de desenvolver doença coronária, na casa dos 18%. A Stroke Association, uma organização britânica, também alerta que um passeio diário de 30 minutos mantém a pressão alta sob controlo, reduzindo até 27% o risco de sofrer um derrame.
3. Reduzem o risco de cancro
Um estudo científico realizado pela American Cancer Society concluiu que as mulheres que caminhavam, pelo menos, sete horas por semana tinham um risco 14% menor de desenvolver cancro da mama comparativamente com aquelas que não iam além das três. O mesmo estudo concluiu ainda que a prática regular de caminhadas também tem um efeito positivo nos fatores de risco de cancro da mama, prevenindo o excesso de peso ou a suplementação hormonal.
Mas os benefícios das caminhadas não se aplicam apenas à prevenção do cancro, o que acaba por ser outra vantagem. Dois estudos científicos divulgados pela organização norte-americana American Society of Clinical Oncology (ASCO) sugerem que a caminhada regular também pode ser um poderoso aliado no controlo da doença. A primeira análise mostrou que as mulheres que caminhavam durante 180 minutos por semana, após serem diagnosticadas com cancro da mama, tinham apenas cerca de 50% de probabilidade de morrer da doença em comparação com aquelas que não caminhavam.
A segunda investigação também apontou para conclusões similares, ainda que, desta vez, relacionadas com o cancro do cólon, o foco da pesquisa do grupo de especialistas que o elaborou. Para obter os benefícios que os estudos revelaram, os investigadores da ASCO recomendam, todavia, 25 minutos de caminhada por dia. Se precisa de um incentivo, nada como adotar um cão. As obrigatórias idas à rua acabam por ser uma forma de não acabar com as desculpas para não ir.
4. Agilizam a função cerebral
Um grupo de investigadores do Canadá descobriu uma ligação entre a atividade cerebral cognitiva e o exercício aeróbico de baixa intensidade em pessoas com demência. Um grupo de 38 adultos que sofria de declínio cognitivo vascular, uma das causas de demência, foi monitorizado durante seis meses. A pesquisa revelou, depois, que as pessoas que faziam caminhadas regularmente, somando três horas de exercício por semana, apresentavam níveis aprimorados da função cerebral.
5. Aumentam a criatividade
De acordo com um estudo científico publicado pelo Journal of Experimental Psychology, Learning, Memory and Cognition, caminhar também pode ajudar a estimular a criatividade. O grupo de investigadores que o levou a cabo aplicou uma bateria de testes de raciocínio criativo, avaliando depois o grau de criatividade dos voluntários quando estavam sentados, quando caminhavam numa passadeira ou quando andavam ao ar livre.
As conclusões não deixam margem para dúvidas. Depois de avaliarem os indivíduos que integraram a amostra nos três cenários, concluíram que o pensamento criativo era de muito melhor qualidade quando as pessoas caminhavam. E melhorava quando a caminhada era feita ao ar livre. Os benefícios prolongavam-se, inclusive, algum tempo após a caminhada. "Por isso, sempre que tiver um bloqueio criativo, lembre-se de se levantar do seu posto de trabalho e vá dar uma volta", aconselha mesmo o Cardio 365º.
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