"Os cancros da pele mais frequentes são o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. Cada um destes cancros da pele pode mostrar-se com diferentes aspetos pelo que é muito importante saber reconhecer cada um deles", começa por explicar o médico Osvaldo Correia.
No 16 de maio decorre, em Portugal, o dia de sensibilização e rastreio de Cancros da Pele, designado como Dia dos Cancros da Pele, Dia do Euromelanoma. Neste dia, 46 serviços de Dermatologia disponibilizarão cerca de 2.000 rastreios gratuitos de Cancro da Pele. Esta iniciativa da responsabilidade da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) conta com o patrocínio científico da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia e da Direção-Geral da Saúde.
Caso não obtenha vaga neste rastreio não deixe de consultar o seu médico e se tem uma dúvida com um sinal que surgiu ou modificou recentemente veja o seu dermatologista, alerta Osvaldo Correia. "É muito importante o autoexame da pele para o diagnóstico precoce dos diferentes tipos de cancros da pele. O autoexame da pele está para os cancros da pele, como o autoexame da mama está para o cancro da mama", frisa o especialista.
Este rastreio nacional é particularmente dirigido para pessoas com risco acrescido:
- Os de pele clara ou propensa a queimaduras
- Adultos que sofreram queimaduras solares na infância, adolescência ou adultos jovens
- Que estão ou costumavam passar demasiados tempo expostos ao sol
- Expostos a sol intenso e durante períodos curtos de tempo (exemplo: férias, sobretudo tropicais)
- Que frequentaram ou frequentam solários
- Os que têm mais de 50 sinais (nevos) na pele
- Com antecedentes pessoais ou familiares de cancro da pele
- Homens com mais de 50 anos, sobretudo com os antecedentes referidos
- Transplantados de orgãos
"Para efetuar adequadamente um autoexame da pele, necessita de um espelho de frente grande e um espelho de mão para o ajudar a ver as costas, a face posterior dos membros ou zonas íntimas. Com o seu telemóvel faça várias fotos do seu corpo e assim ficará com o mapa atual do seu corpo, o que lhe permitirá efetuar um controle periódico. Idealmente de 2 em 2 meses", explica o médico.
"Não se esqueça que todos temos sinais e à medida que passa o tempo temos mais sinais e a maioria são benignos. Mas é preciso distinguir o patinho feio, o diferente dos outros, que apareceu ou modificou há pouco tempo e está a modificar mais que os outros", acrescenta.
A regra do ABDCE
A maioria dos cancros da pele podem não dar sintomas inicialmente, mas um sinal que apareceu “de novo” ou mudou recentemente, era plano, arredondado e de uma só côr e ficou assimétrico, de bordo irregular, de cor mais escura ou várias cores, de diâmetro crescente assumindo mais que cinco milímetros e teve evolução ou alteração recente, podemos estar perante um Melanoma que surgiu de novo ou por mudança de um sinal que já existia. É a regra do ABCDE.
"Os cancros da pele não melanoma podem surgir por pequena mancha ou escama esbranquiçada ou vermelho-acastanhada, designada por queratose actínica, que de início é subclínica, por vezes mais percetível ao tato (áspera) do que à visão mas com o tempo engrossa, cai mas volta a aparecer podendo evoluir para carcinoma espinocelular, que corresponde a uma lesão mais espessa, aderente e que pode parcialmente ulcerar", explica o especialista. Habitualmente surgem em pele exposta prolongadamente exposta ao sol (face, couro cabeludo, orelhas, dorso das mãos).
O carcinoma basocelular pode aparecer como um nódulo elevado, de tonalidade rósea, que por vezes ulcera e sangra, ou como uma mancha de cor rosada ou pigmentada, progressivamente crescente.
Os cancros da pele mais frequentes são por ordem decrescente de frequência o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. O melanoma apesar de ser o menos frequente é aquele que se não for detetado e tratado precocemente origina metástases e nesta fase tem uma taxa de mortalidade elevada apesar dos novos tratamentos que dão uma esperança de alguma sobrevida a alguns doentes.
Cada um destes cancros da pele pode mostrar-se com diferentes aspetos pelo que é muito importante saber reconhecer cada um deles. "A maioria destes cancros da pele estão relacionados com a exposição solar exagerada ou inadequada ao longo da vida, seja por motivos profissionais ou de lazer (como as atividades desportivas ao ar livre no horário inadequado ou sem a correta proteção solar, sobretudo com o chapéu e vestuário que cubra toda a pele incluindo antebraços e decote)", recorda o médico.
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