“Já estamos a lançar concurso para os equipamentos, este lançamento é precoce, mas o objetivo é não atrasar nada. Queremos muito que crianças, pais e profissionais estejam aqui, com todas as condições, no próximo Natal”, disse Fernando Araújo, durante uma visita às obras, acompanhado pelo Bispo Auxiliar de Lisboa, Américo Aguiar.
A nova Ala Pediátrica do Centro Hospitalar Universitário de São João está orçada em 26,7 milhões de euros e terá capacidade para 98 camas.
Entre outras valências, neste novo equipamento será instalada a primeira unidade de queimados pediátrica do Norte.
Somam-se valências como a cardiologia pediátrica, cirurgia cardíaca e de intervenção, oncologia pediátrica, grande trauma e resposta a doentes neurocríticos, conforme especificou à saída da visita a diretora clínica do Centro Hospitalar e Universitário de São João (CHUSJ), Maria João Baptista.
A cardiologista pediátrica sublinhou o facto de a nova Ala Pediátrica do Hospital de São João integrar “num espaço físico todas as valências enumeradas, entre outras únicas no Norte e no país”, e falou das vantagens para os profissionais que “vão ganhar capacidade de interação”, o que permite “rentabilizar trabalho”.
“Mas acima de tudo melhoramos drasticamente as condições para os utentes”, disse Maria João Baptista.
Este destaque foi igualmente feito por Fernando Araújo já no final da visita e em declarações aos jornalistas.
“Após 12 anos de contentores e condições menos adequadas, finalmente a obra está a ser concluída e vai ser uma realidade”, disse o presidente do conselho de administração do CHUSJ, acrescentando que “olhar para esta construção é um farol de esperança no meio da pandemia [da covid-19]”.
“Apesar da pandemia – que trouxe desafios e constrangimentos e tivemos doentes do lado dos profissionais de construção civil e problemas no fornecimento de materiais –, estamos a trabalhar com velocidade redobrada e é expectável que no segundo semestre serviremos melhor as crianças que nos procuram (…). Com doentes e profissionais, julgo que no quarto trimestre deste ano”, disse Fernando Araújo.
Ao lado o convidado da manhã, Américo Aguiar, explicou a sua presença “indevida” por ser bispo auxiliar de Lisboa, mas realçou ter aceitado o convite, que se repete após uma visita ao mesmo espaço em dezembro de 2019, por “afeto e amizade”.
“Já marcámos, há bocadinho [referindo-se ao momento em que acompanhava os responsáveis do hospital na visita às obras], que no último trimestre deste ano estaremos cá. Se não houver doentes, excelente, mas que tudo esteja preparado para acolher os meninos e meninas, jovens e adolescentes que venham a precisar”, disse Américo Aguiar.
A nova Ala Pediátrica do CHUSJ terá três blocos cirúrgicos, bem como unidades de cuidados intensivos neonatais.
Durante a visita, Fernando Araújo foi descrevendo a Américo Aguiar os cantos do equipamento, garantindo que este terá “os melhores padrões do ponto de vista técnico em todo o mundo”, mas será também “um espaço com muito humanismo para que as crianças sofram o menos possível”.
Um dos espaços onde ambos se demoraram mais foi na área das enfermarias, que terá espaços dedicados a internamentos prolongados com tipologia individual e casa de banho privada para que os pais acompanhem os filhos permanentemente.
Fernando Araújo também referiu que “o atual quadro de profissionais” do hospital “é adequado”, não prevendo novas contratações para esta ala, e mostrou o local onde equipamento será ligado ao edifício principal “de forma a evitar que as crianças e profissionais tenham de circular no exterior ou fazer grandes circuitos”.
O bispo auxiliar de Lisboa quis saber se o espaço será decorado “para melhor conforto das crianças”, tendo obtido a certeza por parte do conselho de administração de que “o ambiente será totalmente pediátrico e acolhedor”.
Esta obra, que arrancou em 01 de outubro de 2019, está a cargo da empresa Casais – Engenharia e Construção, S. A., tendo o projeto sido elaborado pela empresa Aripa Arquitetos.
A ala pediátrica terá cinco pisos e mais dois subterrâneos.
Dada a urgência da construção deste projeto, a Lei do Orçamento do Estado para 2019 autorizou o CHUSJ a recorrer ao procedimento de ajuste direto na contratação da empreitada.
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