O edifício do novo centro vai ser financiado com uma verba de 1,3 milhões de euros da ARS/Algarve (35% do total), autorizada por portaria do Governo datada de 28 de janeiro, e outra de 2,4 milhões (65%) do município de Loulé, já orçamentada para 2020.
Em declarações à Lusa, o presidente da ARS/Algarve, Paulo Morgado disse acreditar que o projeto contribua “para a tão difícil fixação dos clínicos no Algarve, que desta forma passam a ter uma oportunidade na região de se poderem diferenciar na vertente académica, que de outra forma não teriam”.
O edifício, que está “desenhado de raiz para ter uma componente de ensino e investigação” e “é pioneiro”, vai proporcionar “melhores condições para este ensino e a investigação em cuidados de saúde primários”, argumentou.
A componente formativa e de investigação do centro de Saúde Universitário de Loulé (CSUL) vai ser tutelada pelo Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve - Algarve Biomedical Centre (ABC).
O presidente do ABC, Nuno Marques, destacou à Lusa a importância do alargamento desta oferta - até aqui muito centrada no Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) e na Universidade do Algarve - aos centros de saúde da região, já em 2020, para inovar e melhorar os cuidados à população.
Aquele responsável afirmou que esta valência vai “reforçar a capacidade formativa e de investigação dos centros de saúde” e que o Centro Académico vai "garantir a aposta” na componente formativa, “sobretudo na pós-graduada”.
Defendendo que os “médicos dos centros de saúde necessitam de formação contínua para estarem sempre atualizados e prestarem os melhores cuidados”, Nuno Marques adiantou que o ABC vai dar também “todo o apoio necessário” aos projetos de investigação que venham a ser desenvolvidos.
Este ano, serão 100 os médicos abrangidos por estas ações de formação, pertencentes aos centros de saúde de Loulé e dos restantes concelhos do Algarve Central: Faro, São Brás de Alportel, Olhão e Albufeira).
O Centro de Saúde Universitário de Loulé vai estar no novo complexo de saúde da cidade algarvia, que vai incluir também a Unidade de Saúde Familiar (USF) Lauroé e uma Unidade de Cuidados à Comunidade, disse à Lusa o presidente da Câmara de Loulé.
Vítor Aleixo adiantou que espera ter os projetos de especialidades concluídos “até junho” para poder lançar concurso e, “se tudo correr bem, começar a obra daqui a um ano”.
O presidente daquele município salientou a importância das futuras unidades de saúde para retirar os profissionais e utentes dos “contentores provisórios onde estão há muitos anos” e para terem “instalações definitivas, com todas as condições”.
“Vamos levar cerca de três a quatro meses a fazer todas as especialidades e depois, lá para junho estaremos em condições de lançar concurso para empreitada e, se tudo correr bem, daqui a um ano teremos em condições de iniciar a obra”, estimou.
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