A afasia manifesta-se pela dificuldade de expressão e de compreensão. É mais frequente nos idosos e em pessoas com doenças neurológicas.

"Resulta de disfunção dos centros de linguagem no córtex cerebral e núcleos da base, ou das vias de substância branca que os conectam. O diagnóstico é clínico, incluindo geralmente testes neuropsicológicos, com imagem do encéfalo (TC, RM) para identificar a causa. O prognóstico depende da natureza e extensão da lesão e da idade do paciente. Não há tratamento específico, mas a fonoaudiologia pode promover a recuperação", lê-se no manual MSD para profissionais de saúde.

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Segundo os especialistas em Neurologia do Hospital dos Lusíadas, a afasia é uma perturbação ou transtorno da linguagem que resulta de uma lesão ou doença cerebral que atinge as áreas da linguagem, geralmente localizadas no hemisfério esquerdo.

Existem vários tipos de afasia que dependem da área atingida:

- Na afasia global, as pessoas não conseguem comunicar por não compreenderem nem conseguirem exprimir-se (o que ocorre quando existem lesões cerebrais extensas como em alguns acidentes vasculares cerebrais).

- Existem perturbações ligeiras, como a afasia fluente (dificuldade na compreensão) e não-fluente(problemas na expressão). Normalmente existem associadas alterações na leitura e na escrita.

Causas

Segundo os neurologistas do Hospital dos Lusíadas Lisboa, a afasia "é um distúrbio muito mais frequente em idades mais avançadas, em relação direta com doenças como acidentes vasculares cerebrais e demências".

Outras causas menos comuns de afasia são os tumores cerebrais, os traumatismos cranioencefálicos e as infeções do sistema nervoso central.

Como se diagnostica?

O diagnóstico da afasia é clínico. Geralmente é realizado por neurologistas e pode ser complementado por exames – como as TAC (tomografia computorizada), ressonâncias magnéticas cerebrais – e, eventualmente, pela avaliação das funções cognitivas.

Como se trata?

A recuperação é influenciada pelo seguinte:

  • Causa
  • Tamanho e localização das lesões
  • Extensão do comprometimento da linguagem
  • Resposta à terapia
  • Em menor grau, idade, escolaridade e saúde geral do paciente

As crianças com menos de 8 anos de idade costumam recuperar a função linguística depois de lesões graves em qualquer hemisfério. Após essa idade, grande parte recupera-se nos primeiros 3 meses, mas a recuperação continua em grau variável até um ano.

"A par da recuperação motora, quanto mais precocemente se iniciar o tratamento com terapia da fala, maior o potencial de recuperação funcional, como acontece com os acidentes vasculares cerebrais. São os técnicos especialistas em terapia da fala que decidem qual a melhor abordagem em função das alterações de linguagem que a pessoa apresenta", referem os médicos.

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A música, nomeadamente o canto, que envolve várias áreas cerebrais, pode ser útil devido à estimulação cognitiva e restabelecimento de novas conexões cerebrais.

Os especialistas recomendam ainda que se deve estimular as capacidades linguísticas remanescentes.

Como lidar com alguém com afasia?

Não se deve excluir quem tem afasia das conversas.

De usar-se linguagem simples, com frases curtas, dar tempo e encorajar outras formas de comunicação;

Não se deve usar linguagem infantil nem corrigir o discurso da pessoa.

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