"Foram registados mais de 28 mil casos de cólera em Moçambique (...), dez vezes mais do que o número registado no início de fevereiro e mais de metade dos casos é em crianças", afirmou o porta-voz do Unicef em Moçambique, Guy Taylor, em conferência de imprensa em Genebra.
O porta-voz destacou que as Nações Unidas já distribuíram 2,4 milhões de vacinas contra a cólera no país, mas a doença continua a espalhar-se devido aos cortes no abastecimento de água e interrupções nos serviços de saúde.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cólera já matou 123 pessoas em Moçambique este ano.
A cólera, uma infeção diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados por uma bactéria, regista um aumento da incidência acentuado, sobretudo em África.
O ciclone Freddy fez pelo menos 86 mortos, destruiu as casas de dezenas de milhares e cerca de 390.000 hectares de terra neste país de 33 milhões de habitantes, que está entre os mais pobres do mundo.
O ciclone atingiu Madagascar e Moçambique no final de fevereiro e depois moveu-se em direção ao oceano Índico, onde recuperou força devido às águas quentes antes de voltar para o continente africano. Nesta segunda passagem, atingiu em particular o Malawi, um país sem litoral, onde fez cerca de 680 mortos e muitos desaparecidos.
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