“Os cuidados de saúde a prestar pelos centros de saúde da cidade de Castelo Branco vão ser reorganizados, com efeitos na localização das unidades com duas equipas de saúde familiar”, explicou o diretor clínico dos cuidados de saúde primários Júlio Ramos.
O médico falava hoje durante a sessão de apresentação da reorganização dos centros de saúde em Castelo Branco, que decorreu na sala de sessões do Hospital Amato Lusitano (HAL).
“Iniciam a atividade duas novas USF e a unidade de cuidados de saúde primários Castelo Branco, que vem substituir as duas anteriores, a unidade de cuidados de saúde primários de S. Miguel e a de S. Tiago”, referiu.
Este clínico adiantou ainda que entra também em atividade uma unidade para atendimentos a utentes sem médico de família/equipa de saúde familiar centro de saúde de S. Tiago – Atendimento a Utentes sem Médico de Família.
Além destas novas unidades, vai manter-se em funcionamento a USF Beira Saúde, a primeira que surgiu no distrito de Castelo Branco.
Júlio Ramos salientou também que esta reorganização surge após o aparecimento de duas candidaturas a USF, “cujos profissionais se agruparam (tal como prevê a legislação), levando ao esvaziamento de recursos humanos das unidades de origem”, isto é, as unidades de cuidados de saúde primários de S. Miguel e S. Tiago.
“Por isso, foi necessário criar uma unidade nova com os poucos profissionais que ficaram nessas unidades de origem”, frisou.
Além disso, havia também a necessidade de prestar cuidados mais abrangentes aos utentes sem médico de família.
Segundo este responsável, a criação de duas novas USF “tem implicações na melhoria contínua da qualidade e todas as unidades ficam sem doentes sem médico de família, podendo dedicar-se no seu horário apenas aos seus próprios doentes”.
“A unidade para utentes sem médico de família foi também neste sentido, uma vez que a estes utentes até aqui apenas foram prestados cuidados globais em quantidade muito residual”, isto é, “estes utentes raramente beneficiaram das consultas de saúde preventiva, como planeamento familiar, saúde materna, saúde infantil, plano oncológico”, entre outras.
Por último, o clínico explicou que os utentes sem médico de família, “historicamente, sempre foram um fator de desestabilização e conflitos” para as unidades.
Neste âmbito, a reorganização é, para além de uma melhoria da qualidade dos serviços prestados, uma melhoria na qualidade organizativa.
Já o presidente do conselho de administração (CA) da ULSCB, José Nunes, disse que está delineada uma estratégia para o HAL e para os cuidados de saúde primários.
“Este é um projeto do CA. O nosso foco, desde o primeiro dia, é o utente. Temos, desde o início, o foco permanente na melhoria dos serviços de cuidados de saúde primários. Temos vindo a trabalhar no sentido de melhorar as condições de trabalho dos profissionais e dar assistência médica aos utentes”, disse.
Fátima Fonseca, da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), manifestou-se satisfeita com a evolução que se verifica em Castelo Branco.
“Têm tudo para dar aqui um salto muito grande. É muito interessante a forma como olharam para os utentes que não têm médico de família, com uma resposta digna”, frisou.
Esta responsável disse ainda que os “projetos movem pessoas”, numa alusão à captação de profissionais de saúde.
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