Não faltam estudos científicos a atestar os efeitos positivos na saúde de alguns dos componentes dos vinhos, como o resveratrol, um poderoso polifenol que pode ser encontrado nas sementes das uvas, na película das uvas pretas e no vinho tinto.
A cultura associada ao consumo de vinho está disseminada por todo o mundo, assumindo papel relevante na Europa e, em particular, em Portugal.
"Esta cultura une as pessoas em torno de um produto muito apreciado e indispensável à boa gastronomia e que tem sido associado a benefícios para a saúde humana. De facto, o consumo moderado de vinho tinto tem sido descrito como eficaz na prevenção de doenças cardiovasculares e cancerígenas", comenta Ana Margarida Fortes, investigadora do BioISI.
Os compostos polifenólicos presentes no vinho tinto apresentam capacidade antioxidante, anti-alérgica, anti-inflamatória e antibacteriana. Destes compostos destacam-se o trans-resveratrol e vários flavonóides como a quercetina.
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"O vinho tinto possui um efeito benéfico para a saúde mais evidenciado que o branco, sendo que as castas de videira e as leveduras usadas no fabrico do vinho tinto são determinantes neste sentido. De facto, as castas apresentam alguns compostos que possibilitam a sua diferenciação", explica a cientista.
Touriga Nacional é a casta mais bioativa
Estudos recentes envolvendo investigadores do BioISI permitiram analisar a bioatividade de vários extratos de uva e vinhos monocasta produzidos em Portugal. Compostos fenólicos como a quercetina, ácido caftárico e catequina são os que mais influenciaram a bioatividade dos extratos de uva e vinhos, sendo que a casta Touriga Nacional foi identificada como a mais bioativa no que concerne à atividade anti-tumoral.
"A atividade científica, ao investigar a complexidade de fatores que determinam as características do bago de Vitis vinifera, poderá contribuir para uma melhor qualidade de produção e maior controlo sobre a mesma, assim como criar novos produtos com relevância para a saúde", frisa a investigadora. "Por outro lado, estão a decorrer pesquisas no BIOISI no sentido de desenvolver leveduras capazes de serem usadas na produção de vinhos com menor teor alcoólico", avança Ana Margarida Fortes.
"Será fascinante assistir, num futuro não muito longínquo, ao desenvolvimento de vinhos "medicinais", adequados à prevenção de doenças como a diabetes ou ao retardar do envelhecimento e sem o efeito tóxico da presença de grandes quantidades de álcool e sulfitos", conclui a investigadora, que adianta que o consumidor moderno procura cada vez mais vinhos de alta qualidade e associados a um estilo de vida sustentável.
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