A investigação, publicada na revista científica Psychiatry Research, salienta que os consumidores diários de canábis podem chegar a apresentar duas vezes mais queixas de insónia do que a população não consumidora.
Investigadores do Centro de Pesquisa em Saúde da População, da Universidade de Bordéus, e do Centro de Pesquisa em Epidemiologia e Estatística, da Universidade Paris Cité, em França, referem que o consumo de canábis é comum entre os jovens adultos, citando estimativas recentes que apontam que 13,9% utilizam mensalmente aquela droga, e 4%, todos os dias.
Os cientistas analisaram dados de 14,8 mil estudantes, com uma média de 20 anos, que participavam do i-Share – uma coorte de alunos das Universidades de Bordéus, Versalhes e Nice.
De acordo com o estudo, 22,7% dos alunos sofriam de insónia, ou seja, quase 1 em cada 4. A prevalência aumentou simultaneamente de 22,3%, entre aqueles que raramente ou nunca consumiam, para 41%, entre os utilizadores diários.
Segundo dados estatísticos descritivos do referido estudo, 73,6% dos alunos não consumiam canábis ou raramente o faziam; 20,5% faziam-no mensalmente; e 4,4% semanalmente; já 1,5% admitiu usar a substância numa base diária.
"Nesta grande amostra de estudantes universitários, descobrimos que a probabilidade de ter insónia era 45% maior em utilizadores de canábis em comparação com não consumidores. As estimativas aumentaram de forma constante com a frequência de utilização, atingindo uma probabilidade 2,0 vezes maior de insónia em consumidores diários em comparação com utilizadores que nunca/raramente consumiam", lê-se no estudo.
Segundo os investigadores, a análise de dados do estudo foi ajustadas para as características sociodemográficas e comportamentos de saúde, o que permite reforçar as conclusões da análise.
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