Ingerir cereais integrais em vez de cereais refinados é bom para a saúde, até porque estes, quando consumidos em excesso, são prejudiciais para o coração. Esta tese é defendida por um grupo de cientistas da Universidade Simon Fraser, no Canadá. Os peritos analisaram os dados do "PURE : Prospective Urban Rural Epidemiology", uma investigação que examinou os hábitos alimentares da população mundial há 16 anos. Depois, compararam-nos com os de uma amostra atual de 137.130 pessoas de 21 países.
Os resultados do estudo foram divulgados pela publicação especializada British Medical Journal e, segundo os autores da investigação, ingerir mais de 7 porções de cereais refinados diariamente aumenta o risco de acidente vascular cerebral (AVC) em 47%, a probabilidade de vir a sofrer de doenças cardiovasculares em 33% e a possibilidade de morte precoce em 27%. Apesar do arroz branco ser categorizado como cereal refinado, não tem, no entanto, de acordo com os especialistas, um impacto nocivo da saúde.
Os cereais integrais não passam por um processo industrial de refinamento que lhes retira os seus componentes originais principais, o farelo, o gérmen e o endosperma. Contêm, por isso, mais nutrientes do que os cereais refinados. "Em 2014, um estudo do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos EUA, analisou a associação entre o consumo de alimentos integrais e o risco de mortalidade", recorda um artigo do Cardio 365º, um projeto de literacia de saúde.
"Depois de analisados os dados de 74.00 mulheres e de 43.000 homens, entre 1984 e 2010, os investigadores observaram uma menor taxa de mortalidade entre os que consumiam alimentos integrais regularmente. Uma porção diária de 28 gramas de grãos integrais reduz em 5% o risco de morte por qualquer causa e em 9% o risco de morte por doença cardíaca. A pesquisa não conseguiu estabelecer qualquer relação entre o consumo de alimentos integrais e a taxa de mortalidade por cancro", esclarece a mesma fonte. Alimentos ricos em fibras, como os cereais integrais, o farelo de trigo, as leguminosas, a aveia e a linhaça protegem o coração.
"As doenças do foro cardiovascular são talvez aquelas em que a influência da alimentação é mais óbvia", alerta o Cardio 365º. "As fibras têm várias vantagens. Não só ajudam a diminuir a absorção de açúcar e gordura, diminuindo a acumulação de gordura nas artérias, como aumentam a produção de bactérias boas que ajudam ao funcionamento do intestino", esclarece ainda o projeto informativo multiplataforma que pretende ensinar os portugueses a prevenir as patologias cérebro-cardiovasculares.
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