Numa conferência de imprensa que serviu para fazer também o balanço do ano, Emer Cooke afirmou que uma das prioridades da agência nesta fase da pandemia é estar preparada para a eventual necessidade de adaptar as vacinas existentes, mas ressalvou que “esse ainda não é o caso”. e sublinhou que “todos os dados” disponíveis apontam para que as vacinas atualmente administradas na União Europeia protegem contra morte, doença grave ou hospitalização.
Apontando que faz hoje precisamente um ano que a EMA aprovou a primeira vacina contra a covid-19 na União Europeia – a da BionTech-Pfizer, que recebeu luz verde da agência a 21 de dezembro de 2020 -, Cooke assumiu que, por essa altura, “não esperava que, passado um ano, ainda houvesse pandemia”, mas constatou que “a situação epidemiológica continua muito preocupante”, com um aumento considerável das infeções.
Contudo, salientou, com cinco vacinas já aprovadas – na segunda-feira a EMA deu parecer positivo à vacina Nuvaxovid, desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Novavax – e seis tratamentos, a Europa está “numa posição muito mais forte do que há um ano”, pois dispõe de “muitas mais ferramentas” para fazer face à pandemia de covid-19.
A diretora executiva da EMA apontou então que, do ponto de vista de regulador, a agência está “preparada, se for caso disso, para alterar as vacinas” de modo a adaptá-las a novas variantes, comentando que não constitui qualquer surpresa o surgimento de novas variantes, pois “os vírus sofrem mutações”.
“Embora estejamos a assistir a uma transmissão crescente do vírus, todos os dados disponíveis mostram que as atuais vacinas ajudam a proteger de morte, doença grave e hospitalização”, disse, reiterando que é fundamental por isso prosseguir as campanhas de vacinação e, designadamente, a administração das doses de reforço.
Quanto à eventualidade de a composição das vacinas ter de ser alterada para fazer face à Ómicron, a variante que em janeiro já deverá ser dominante na UE, Emer Cooke afirmou então que a EMA ainda não tem resposta.
“Ainda não há resposta à questão de saber se vamos precisas de uma vacina adaptada, com uma composição diferentes, para lutar contra esta variante ou qualquer outra que surja. Precisamos de reunir mais dados relativamente ao impacto da variante nas atuais vacinas”, disse.
“Há várias questões ainda em aberto. Mas o que sabemos é que não vamos recomeçar do zero”, insistiu.
A covid-19 provocou mais de 5,35 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.796 pessoas e foram contabilizados 1.227.854 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
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