“A recombinante XBB.1.5 é uma sublinhagem da linhagem XBB - uma das múltiplas linhagens da variante Ómicron -, a qual, tal como a própria XBB, se pensa estar associada à fuga ao sistema imunitário”, explicou hoje à Lusa o investigador do INSA João Paulo Gomes.
Na quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou estar a avaliar o risco da nova XBB.1.5, que está a propagar-se rapidamente em vários países, como os Estados Unidos, onde já representa cerca de 40% dos casos de covid-19.
A líder técnica da OMS na resposta à covid-19, Maria Van Kerkhove, foi mais longe e afirmou, na videoconferência de imprensa, que a XBB.1.5 "é a subvariante mais transmissível detetada até agora".
Segundo João Paulo Gomes, que coordena o estudo sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal, a sublinhagem XBB.1.5 “poderá estar associada a uma maior transmissibilidade, dado o seu significativo aumento de frequência em algumas regiões” do mundo.
No entanto, “será prudente aguardar pela sua evolução de frequência em múltiplos países para se perceber o seu real impacto epidemiológico”, adiantou o especialista do INSA.
Para o investigador, “ainda é cedo” para se perceber se esta sublinhagem terá algum impacto significativo nas hospitalizações por covid-19 por ser diferente das outras linhagens já em circulação da variante Ómicron.
O INSA está a coordenar, desde abril de 2020, o estudo de monitorização da disseminação do SARS-CoV-2 em Portugal, através da análise do genoma deste vírus pandémico, contando com a colaboração de uma rede de hospitais e laboratórios a nível nacional.
A XBB.1.5 é uma recombinante de duas sublinhagens da BA.2 e foi originalmente identificada em outubro de 2022, tendo já sido detetada em 29 países.
A covid-19 é uma doença respiratória infecciosa causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, um tipo de vírus detetado há três anos na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, tendo assumido várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.
A doença é uma emergência de saúde pública internacional desde 30 de janeiro de 2020 e uma pandemia desde 11 de março de 2020.
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