“A BA.4 e BA.5 têm uma ligeira vantagem de crescimento em relação à BA.2”, afirmou a responsável técnica da OMS para a pandemia, ao adiantar que estão a decorrer vários estudos para apurar se essas duas linhagens da variante Ómicron causam uma maior severidade da doença.
Em conferência de imprensa, Maria Van Kerkhove referiu que a BA.2 continua a ser a linhagem predominante no mundo, tendo-se sobreposto à BA.1 em termos de circulação nos vários países onde foram detetadas.
Os últimos dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) estimam que a linhagem BA.2 da variante Ómicron seja ainda responsável por 73,8% das infeções registadas em Portugal, uma percentagem que tem vindo a baixar nas últimas semanas.
De acordo com o INSA, em contraciclo, os indicadores disponíveis sugerem um aumento relevante de circulação da linhagem BA.5 e potencialmente de uma nova sublinhagem da BA.2, agora designada como BA.2.35, que apresentam mutações adicionais com impacto na entrada do vírus nas células e ou na sua capacidade de evadir a resposta imunitária.
“Estamos a acompanhar a Ómicron e todas as sublinhagens que estão a circular globalmente. Isso indica que o coronavírus continua a evoluir”, afirmou a especialista da OMS, ao alertar que a redução generalizada da testagem tem resultado numa diminuição da sequenciação do vírus que provoca a covid-19.
“Precisamos de manter a testagem e a sequenciação para podermos acompanhar estas linhagens”, apelou Maria Van Kerkhove, ao reiterar que as vacinas contra a covid-19 “estão a aguentar-se muito bem em relação à doença grave e morte”.
De acordo com a epidemiologista, “é absolutamente crítico” que as pessoas sejam vacinadas contra a covid-19, reafirmando o objetivo da OMS de imunizar 70% da população de todos os países do mundo.
Na conferência de imprensa, diretor-geral da OMS defendeu que a estratégia de “covid zero” não é sustentável, alegando que o coronavírus SARS-CoV-2 continua a evoluir e a tornar-se mais transmissível.
“Quando falamos da estratégia de `covid zero´, pensamos que isso não é sustentável, considerando o comportamento do vírus e o que antecipamos em relação ao futuro”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao adiantar que essa posição da OMS tem sido discutida com os peritos chineses.
A China continua a praticar uma política de “tolerância zero” à covid-19, que inclui o isolamento de cidades inteiras e a realização de testes em massa, sempre que um surto é detetado.
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