"A partir de 01 de abril, tendo em conta a decisão de hoje, ninguém - nem os países da OPEP, nem os da OPEP+ (seus aliados) - tem a obrigação de baixar a produção", declarou aos jornalistas o ministro da Energia russo, Alexandre Novak, após longas negociações em Viena.
Durante as reuniões, a Rússia recusou a proposta da OPEP de um corte coletivo suplementar de 1,5 milhões de barris por dia até ao fim deste ano.
O impasse nas negociações levou a uma forte descida do preço do petróleo nos mercados. Às 16:30 (hora de Lisboa), o barril de Brent para entrega em maio negociava a 45,42 dólares, uma queda de 9,10% em relação ao preço de encerramento na quinta-feira, mas minutos antes tinha chegado a 45,28 dólares, um mínimo desde junho de 2017.
Os ministros dos 23 países produtores de petróleo, liderados pela Arábia Saudita e pela Rússia, deixaram a sede da OPEP, onde as reuniões começaram na quinta-feira e ao contrário do habitual não houve conferência de imprensa.
A OPEP tinha proposto à Rússia e aos outros nove países parceiros um corte coletivo adicional de 1,5 milhões de barris por dia para não deixar que a diminuição na procura provocada pela epidemia de Covid-19 prejudique os esforços feitos nos últimos três anos para manter os preços, num mercado onde a oferta é excedentária.
No início de 2017, tinha já sido acordada uma retirada do mercado de 1,2 milhões de barris por dia. Em dezembro passado, a aliança aumentou esse corte em 500 mil barris e a Arábia Saudita decidiu ainda individualmente cortar mais 400 mil barris.
Agora, era defendido um novo ajustamento, numa altura em que a epidemia de Covid-19 atingiu em particular a economia da China, primeiro importador mundial de petróleo.
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