No final de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o líder comunista disse que o partido “acompanha” os esforços decididos na reunião entre o primeiro-ministro, António Costa, e cinco autarcas da AML.
“Existe a necessidade de avaliar a situação e ir para o terreno, perseguir os focos, e simultaneamente resolver o problema dos transportes públicos”, defendeu Jerónimo de Sousa, considerando esta última medida fundamental, já que a maioria das populações afetadas têm de se deslocar para o trabalho desta forma.
Quanto às medidas que entraram hoje em vigor na AML, que passam por exemplo pela proibição de ajuntamentos superiores a dez pessoas ou o encerramento de todos os estabelecimentos (exceto restaurantes) a partir das 20:00, o PCP não se oporá.
“Estas medidas encontradas ontem, enfim, não estamos contra”, afirmou, insistindo na importância de “perseguir” os focos e reforçar as unidades de saúde pública e dizendo não considerar necessário qualquer cerca sanitária na região.
No final de uma audiência de cerca de hora e meia, em que esteve acompanhado PELO líder parlamentar do PCP João Oliveira, o secretário-geral comunista salientou a preocupação do partido com as consequências da pandemia na vida de “centenas de milhares ou mesmo milhões de portugueses”.
Em concreto, Jerónimo de Sousa manifestou-se contra os cortes nos salários no âmbito da medida de ‘lay-off’ e defendeu a necessidade de alargar a proteção social em situação de desemprego.
“É preciso responder com medidas concretas aos trabalhadores do setor da saúde - não basta aplaudir -, das forças de segurança e da proteção civil”, defendeu ainda.
O líder do PCP chamou a atenção que, com a chegada da época dos incêndios, será ainda mais urgente olhar para a “situação dramática” de muitos bombeiros.
“Sem reforço de financiamento, não estarão em condições de dar a resposta que se vai exigir”, alertou, dizendo ter transmitido essa preocupação ao chefe de Estado.
Portugal regista hoje mais seis mortos relacionados com a covid-19 do que na segunda-feira e mais 345 infetados, 87% dos quais na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os dados da DGS indicam 1.540 mortes relacionadas com a COVID-19 e 39.737 casos confirmados desde o início da pandemia.
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