Em Portugal estima-se que a diabetes afete 13,3% da população com idades entre os 20-79 anos, das quais 44% desconhecem ter a doença. Diariamente são diagnosticados com diabetes em Portugal cerca de 200 novos doentes. Estima-se que a diabetes afete mais de um milhão de portugueses enquanto a "pré-diabetes" afetará cerca de 2 milhões.
"A diabetes é a principal causa de cegueira, amputação, doença cardiovascular, insuficiência renal e mortalidade precoce. Contudo, há hábitos simples que ajudam a reduzir o risco de desenvolver a doença. Sabemos que mais de 50% dos casos de diabetes tipo 2 são preveníveis, queremos promover o papel das famílias na gestão e educação terapêutica da diabetes", alerta o médico José Manuel Boavida, endocrinologista e presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP).
O relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre saúde indicou Portugal como o país da Europa com a mais alta taxa de prevalência da doença. O seu tratamento e o das suas complicações representam cerca de 10% da despesa em saúde o que corresponde a cerca de 1% do PIB nacional.
Portugal é o país da União Europeia que tem mais pessoas com diabetes
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), em conjunto com a International Diabetes Federation (IDF), alerta para o impacto da diabetes nas famílias, com a campanha de sensibilização "Diabetes: Proteja a sua família", lançada a propósito do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala a 14 de novembro.
Entre as mudanças no estilo de vida que se podem adotar, a APDP e a IDF ressalvam que a redução do risco começa em casa, com uma alimentação saudável, a promoção da prática de exercício físico e um ambiente familiar saudável. Sempre que há um caso de diabetes na família todo o núcleo familiar deve conhecer os riscos e sinais a que se deve estar atento.
"A cada 8 segundos a diabetes mata uma pessoa no mundo. E Portugal é o país da União Europeia que tem mais pessoas com diabetes. Mais de um milhão de portugueses tem diabetes, um número que sobe para um milhão e 300 mil pessoas, quase 14% da população, quando se soma o número de pessoas por diagnosticar. É urgente mudar este paradigma", acrescenta o endocrinologista.
Uma em cada duas pessoas com diabetes ainda não tem um diagnóstico, apesar de o diagnóstico precoce ser um dos principais fatores que permite prevenir ou adiar complicações que se podem revelar fatais.
"Esta campanha internacional é um alerta para recordar que as famílias têm um papel ativo a desempenhar na prevenção e gestão da diabetes e que os profissionais de saúde devem ter acesso a informação e ferramentas para ajudar os doentes e as suas famílias", conclui José Manuel Boavida.
A APDP organiza no dia 14 de novembro uma sessão na Sala do Arquivo dos Paços do Concelho, com o apoio do Departamento dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, a partir das 18h00. O foco deste encontro será “Diabetes e Família” e nesta sessão decorre também a peça “Quando o telefone toca”, protagonizada pelo Grupo de Teatro da APDP.
Quais os sinais e sintomas?
Diabetes tipo 1
- Sede anormal e boca seca
- Urinar frequentemente
- Urinar na cama
- Perda de energia e fadiga extrema
- Fome constante
- Perda de peso repentina
- Visão desfocada
Diabetes tipo 2
- Urinar excessivamente
- Sede excessiva
- Fome extrema
- Visão desfocada
- Perda de energia e fadiga extrema
- Dormência e formigueiro nas mãos e pés
- Cicatrização lenta de feridas e infeções recorrentes
Muitas pessoas com diabetes tipo 2 permanecem desinformadas quanto à sua condição durante muito tempo, porque os sintomas não são tão evidentes quanto os da diabetes tipo 1, podendo levar anos até ao diagnóstico.
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