"Há uma dimensão científica e moral neste problema, e temos que continuar a pressionar até obter uma resposta", sobre a origem da pandemia que começou na China no final de 2019, declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus à imprensa, em Genebra.

O diretor-geral da OMS disse ter enviado, recentemente, um e-mail oficial a uma autoridade de alto escalão do governo chinês para voltar a pedir a colaboração de Pequim, na tentativa de tentar determinar onde e quando o vírus da covid-19 começou a propagar-se, até se tornar a pior pandemia do século.

Um artigo da revista científica Nature publicado esta semana afirma que a OMS desistiu de continuar a segunda fase da investigação sobre as origens da pandemia, devido à falta de colaboração das autoridades chinesas.

Citada no artigo, a média Maria Van Kerkhove, responsável na OMS pelo combate à pandemia desde o seu início, alegou que essa afirmação resultou de “um erro na forma de divulgar a informação”.

“A OMS não abandonou o estudo da origem da covid”, garantiu ela, em conferência de imprensa nesta quarta-feira.

“Não vamos parar, enquanto não tivermos conhecido as origens (…) o que é cada vez mais difícil, porque, conforme o tempo passa, mais complicado é entender o que aconteceu nos primeiros momentos da pandemia", completou.

Em fevereiro de 2021, uma equipa interdisciplinar de especialistas, liderada pela OMS e acompanhada por colegas chineses, passou duas semanas no país asiático para escrutinar o início da epidemia em Wuhan.

Na altura, um relatório conjunto inclinou-se para a hipótese de transmissão aos humanos por um animal, possivelmente num mercado desta cidade chinesa.

Defendida pelos serviços de Inteligência dos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump e também por alguns cientistas, outra tese é que tenha havido um "acidente", ou seja, que o vírus "escapou" de um laboratório em Wuhan, onde são estudados os coronavírus do tipo SARS CoV-2 .

Em 14 de fevereiro de 2023, a OMS contabilizava oficialmente 6,84 milhões de mortes no mundo todo por COVID-19 e mais de 756 milhões de casos confirmados. A organização reconhece que os números reais são muito maiores.

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