Em conferência de imprensa à porta da unidade de saúde da Cuf de Almada, no distrito de Setúbal, Rui Marroni, da direção do SEP, lembrou a greve realizada em março, indicando que teve bastante adesão e levou a uma evolução positiva nas negociações, mas com resultados ainda insuficientes.
Por essa razão, o sindicalista considera que é expectável que a greve que se inicia às 08:00 de sexta-feira e termina às 24:00, com garantia de serviços mínimos indispensáveis para satisfazer “necessidades sociais impreteríveis”, tenha novamente uma boa adesão por parte destes profissionais.
“Os enfermeiros não estão disponíveis para deixar de lutar”, disse, adiantando que a generalidade das instituições está já a desmarcar cirurgias, funcionando apenas os blocos da urgência.
A greve abrange enfermeiros das instituições privadas de saúde onde é aplicável o contrato coletivo de trabalho estabelecido entre o SEP e a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), que inclui, entre outros, o Grupo Luz Saúde, Grupo Lusíadas Saúde, Grupo CUF e Grupo Trofa Saúde.
A greve realizada em março, explicou, determinou alguns avanços por parte dos grupos privados, no entanto, as propostas apresentadas pela APHP em junho, para inclusão no Contrato Coletivo de Trabalho não atingiram os patamares mínimos que permitissem estabelecer um acordo.
Segundo o SEP, apesar de nos últimos anos terem tido um aumento exponencial dos lucros, as instituições associadas da APHP continuam a não valorizar os enfermeiros.
Os enfermeiros das unidades de saúde privadas abrangidas pela APHP, um universo de cerca de 4.200 profissionais, reivindicam não só aumentos salariais para todos, mas também que a compensação pelo horário de trabalho desfasado seja aplicável aos enfermeiros que trabalhem por turnos e à noite e um aumento do valor das horas penosas.
O horário desfasado é aquele que, embora mantendo inalterado o período normal de trabalho diário, permite estabelecer, serviço a serviço ou para determinado grupo ou grupos de pessoal, e sem possibilidade de opção, horas fixas diferentes de entrada e de saída. As chamadas “horas penosas” são as trabalhadas à noite, nos fins de semana e feriados.
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