"A profissional usou os mesmos materiais a que eu já estava habituada. Mas com o passar das horas os meus olhos inchavam e doíam cada vez mais", recorda Valéria Campos, que vive em Belo Horizonte, no Brasil, em declarações à BBC.

A enfermeira procurou um pronto-atendimento de um hospital em Belo Horizonte (MG), no dia seguinte ao procedimento estético, tendo sido encaminhada para o atendimento oftalmológico de urgência. "Fui parar ao hospital por causa de pestanas postiças", recorda.

"Eu praticamente não consegui dormir aquela noite; eram três horas da manhã quando acordei e já não conseguia abrir os meus olhos. Segundo o médico, tive uma infeção, mas ele não soube precisar se foi por causa da cola ou das pestanas sintéticas", acrescenta.

Para recuperar da infeção, Valéria Campos fez antibioterapia. Apesar de o problema não ter afetado a visão de forma permanente, a enfermeira diz que as suas pestanas não voltaram a crescer, nem a ter o volume de antes. "A quantidade de pestanas que eu tenho diminuiu porque tive muita perda de fios naturais", relata.

O procedimento de extensão de pestanas acontece através da colagem de fios sintéticos ou de seda em cada uma das pestanas naturais, dando um aspeto mais alongado e volumoso a cada um dos pêlos da pálpebra, descreve a radiotelevisão britânica.

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"Se for possível, faça um teste com a substância que será usada na extensão, principalmente aquelas pessoas que costumam ter irritação ao usar produtos químicos. Esse teste é normalmente aplicado na região interna do braço e não no olho. Se após três dias não apresentar nenhuma reação alérgica, a pessoa pode fazer o procedimento com um pouco mais de segurança", explica a médica Ediléia Bagatin, coordenadora do Departamento de Cosmiatria Dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia, citado pela BBC.

Apesar de parecer inofensivo, o uso contínuo de pestanas artificiais e a falta de limpeza adequada podem ser problemátios. "As pestanas têm a função de proteger os olhos da entrada de luz, poeiras e outros fragmentos que fiquem suspensos no ar. Ali, ficam diariamente depositadas partículas e resíduos de possíveis alérgenios. A complicação mais comum associada às extensões de cílios é a blefarite, seguida de conjuntivite alérgica, lesões corneanas, queda ou quebra das pestanas naturais", explica Claudia Del Claro, oftalmologista da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

"Para tentar minimizar complicações, a limpeza das pálpebras e dos cílios com produto específico não oleoso, ou mesmo o xampu neutro, é indicada duas vezes ao dia. É muito comum as pacientes evitarem lavar os cílios por receio de que as extensões caiam, mas é justamente ao contrário. As extensões de cílios caem precocemente quando não é feita a limpeza", acrescenta Del Claro.

O que fazer em caso de irritação?

  • Lave os olhos com água limpa e corrente
  • Limpe o olho com soro fisiológico
  • Não esfregue o olho
  • Procure ajuda médica se o problema persistir

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