O hospital de Bragança é o primeiro do Nordeste Transmontano a levar os serviços médicos a casa, nesta fase inicial a cinco utentes com o propósito de alargar a oito no futuro, como adiantaram os responsáveis, na apresentação do serviço.
“Ninguém pense que as equipas domiciliárias são para poupar dinheiro. Não são. Ficam mais caras”, afirmou o presidente da ULS, afiançando que este serviço tem em vista apenas o bem-estar do doente.
Uma equipa multidisciplinar desloca-se a casa dos doentes, que em vez de estarem internados no hospital recebem os cuidados no domicílio. Como explicou a diretora clínica, Eugénia Madureira, apenas os doentes que reunirem as condições, nomeadamente manifestar a vontade e tiverem retaguarda familiar, poderão ser abrangidos por este serviço.
O tratamento em casa, segundo os responsáveis pelo programa, evita problemas associados ao internamento hospitalar, como a desorientação associada ao ambiente estranho, a debilidade física, infeções, entre outras.
Em Portugal, são já 22 os hospitais com esta opção e, desde outubro de 2018, data em que foi lançado o programa, já foram tratados cerca de três mil doentes neste regime, segundo Delfim Rodrigues, Coordenador do Programa Nacional de Implementação das Unidades de Hospitalização Domiciliária nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, esteve presente na apresentação da unidade de Bragança e manifestou preocupação relativamente aos impactos nos serviços hospitalares.
Com a crónica falta de médicos e de recursos na Saúde nesta região, o autarca perguntou se a afetação de meios à hospitalização domiciliária não “fragilizará o serviço internamente” no hospital de Bragança.
O presidente da ULS do Nordeste, Carlos Vaz, garantiu que não terá qualquer impacto e que tem inclusive a expectativa de em breve contratar mais profissionais, tantos médicos como auxiliares e enfermeiros.
Relativamente aos médicos, vincou que o problema continua a ser convencê-los a trabalhar na região, apesar de ultimamente observar um maior interesse por parte dos jovens médicos.
Comentários