Em pleno século XXI, com a expansão tecnológica e o surgimento das redes sociais, uma grande alteração se deu e a forma com que nos relacionamos no dia-a-dia mudou.
Basta apenas um clique e estamos ligados ao mundo, pelo que já não é possível fugir a este novo modo de comunicar. Teremos que nos habituar certamente, mas será que este trará benefícios? Ou, pelo contrário, veio isolar-nos ainda mais?.
A possibilidade que as redes sociais trouxeram de podermos manter contacto com pessoas, mesmo estando longe ou passado muitos anos, de forma simples e rápida, sem dúvida que nos fascinou a todos, no entanto, nem todas as caraterísticas deste meio são positivas.
Um certo vazio foi-se criando e a socialização e o contacto direto foram gradualmente substituídos pelas conversas online. Estamos virtualmente rodeados de pessoas, mas na prática encontramo-nos sozinhos e fechados no nosso mundo, o que pode futuramente provocar certas dificuldades num relacionamento interpessoal e na socialização.
Atualmente, mesmo em grupo, a socialização já não se faz da mesma forma,, uma vez que é muito comum observarmos grupos de amigos e famílias em mesas de cafés e restaurantes, e todas elas com o telemóvel na mão, acabando por não usufruir da companhia física com a qual escolheram, na verdade, passar o seu tempo.
Um contacto com alguém via online, de forma repetida e sem grande esforço, torna a probabilidade de as pessoas se encontrarem sem muito investimento uma constante. Mas a comunicação não se faz só através da linguagem verbal. A linguagem não-verbal é extremamente importante quando enviamos mensagens, mas como não vejo o outro, corro o risco de a mensagem que estou a tentar passar ser mal interpretada.
É claro que as competências sociais e a proximidade podem ser desenvolvidas com maior facilidade, mas é também atrás dos ecrãs dos telemóveis que nos escondemos quando temos problemas que não conseguimos lidar no mundo físico. Tal como à distância é possível uma maior aproximação ao outro, também é através das redes sociais que se pode destruir a autoestima e magoar alguém, provocando ainda mais o seu isolamento.
Há que sempre medir os dois lados da balança. Se as redes sociais servem o propósito de facilitar e de criar ainda mais contactos, não as devem reduzir no mundo físico. Este novo tipo de comunicação traz vantagens à sociedade, mas não deve ser usada como primeira escolha mas sim como complemento.
Um artigo da psicóloga clínica Catarina Lucas.
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