Em entrevista à Lusa, Henrique Barros avançou que esta coorte, intitulada ‘HAPP-e’, visa, através de técnicas digitais, estudar a saúde e qualidade de vida de adultos que nasceram abaixo das 37 semanas gestacionais.
“Esta coorte nasce para estudarmos o problema da prematuridade e da grande prematuridade”, afirmou o presidente do ISPUP, adiantando que este projeto ‘online’ visa essencialmente alcançar populações que “habitualmente não são recrutadas”.
“Se olharmos para os ensaios clínicos há aquilo a que chamamos de enviesamento, uma vez que a informação que obtemos nem sempre é representativa da população”, frisou, adiantando que, neste momento, está já disponível na plataforma um questionário em português, inglês, francês e alemão.
Apesar desta ser uma coorte eletrónica, em que as pessoas podem responder às questões “sem sair de casa”, Henrique Barros assegurou que a privacidade dos inquiridos está “totalmente salvaguardada”.
“Todas as medidas foram tomadas para garantir a confidencialidade, a privacidade e a proteção da informação”, garantiu.
Segundo Henrique Barros, os investigadores vão, através da ‘HAPP-e’, desenvolvida no âmbito do projeto europeu ‘RECAP-preterm’, recolher informação sobre “o que determinou o nascimento precoce e as implicações que isso teve na saúde das pessoas”.
“Queremos conhecer as circunstâncias que levaram a que a pessoa tivesse nascido mais cedo ou saber como é que interagiu com os serviços de saúde. No fundo, saber os vários aspetos da vida, o que significam e determinam e as consequências desses determinantes”, explicou.
Além do ISPUP, o ‘HAPP-e’ é também fruto do trabalho do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), que desenvolveu a plataforma ‘web’, e dos restantes investigadores do projeto ‘RECAP-preterm’.
O projeto ‘RECAP-preterm’, financiado em 11 milhões de euros pelo programa Horizonte 2020, junta investigadores de Portugal, França, Holanda, Inglaterra, Alemanha, Finlândia e Estónia e pretende melhorar a saúde, desenvolvimento e qualidade de vida de crianças e adultos que nasceram prematuros.
Comentários