A associação de defesa do consumidor de Espanha, a Organização de Consumidores e Utilizadores (OCU), pediu a retirada de dois protetores solares para crianças, por terem um fator de proteção real muito inferior ao anunciado. A notícia é avançada hoje pela agência de notícias EFE, citada pelo jornal El País.
Em causa estão os produtos Isdin Fotoprotector Pediatrics Transparent Spray SPF 50+ e Babaria Infantil Spray Protector SPF 50+ que oferecem menos proteção do que a prometida: 15 no caso da Isdin e 30 no caso da Babaria.
A OCU fez uma análise comparativa de 17 protetores solares de alta proteção em spray e, em todos os produtos analisados, à exceção destes dois, o fator anunciado correspondia ao fator de proteção real.
A congénere da Associação Defesa do Consumidor (DECO) em Portugal solicitou que ambos os produtos fossem descontinuados e pede aos seus utilizadores que os deixem de utilizar por motivos de segurança.
Além disso, a organização enviou os resultados do seu estudo para a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde, o equivalente ao Infarmed em Portugal, para fazer as "verificações necessárias".
Entretanto, a Isdin enviou um comunicado às redações a desmentir os dados da OCU. "As características do produto que se fazem constar na sua rotulagem e nas peças publicitárias que lhe dizem respeito, entre as quais se encontram o fator de proteção Solar UVB (SPF) e a proteção UVA (UVA-PF), correspondem, em absoluto, aos resultados publicados em estudos realizados por entidades certificadas, especializadas, independentes e de grande prestígio", garante a marca espanhola.
"As afirmações que aparecem na rotulagem do produto são confirmadas por estudos independentes realizados por entidades certificadas e prestigiadas", acrescenta aquela farmacêutica com sede em Barcelona.
Em Portugal
A DECO testou também os dois produtos e encontrou inicialmente desconformidades em relação ao fator de proteção, motivo pelo qual repetiu o teste no caso do Isdin, para o qual ainda não tem resultados. No caso do Babaria, como associação não encontrou à venda em Portugal, não foi possível repetir o teste.
Fonte da DECO explicou que os produtos para teste são comprados "em economia de escala", entre todas as organizações congéneres, para poderem testar e apresentar resultados idênticos, exatamente dos mesmos produtos. Por isso, o primeiro teste ao Babaria foi feito também pela defesa do consumidor portuguesa, que depois não o conseguiu repetir pois não encontrou o protetor à venda em Portugal. O protetor da bavaria testado inicialmente estava à venda em Espanha.
Rita Rodrigues, da Deco, explicou que "quando foram encontradas as desconformidades no protetor da Isdin, a DECO contactou a marca, que apresentou resultados diferentes, motivo pelo qual foi feito um novo teste". "Ainda não há resultado final", disse a responsável, lembrando que pode tratar-se de uma desconformidade num determinado lote.
O protetor da Isdin testado inicialmente tinha sido comprado em Espanha. Apesar disso, segundo a DECO, os resultados foram comunicados esta semana ao Infarmed.
De acordo com a organização espanhola, o creme Garnier Delial Sensitive Advanced Antiarena Bruma obteve a melhor pontuação na sua análise, enquanto o Cien Sun Spray Solar Infantil mostrou-se o melhor na relação qualidade-preço. A OCU insiste que não é necessário comprar os produtos mais caros para proteção adequada e lembrou que os cremes solares devem ser aplicados a cada duas horas de forma generosa.
Notícia atualizada às 1oh30 de 31 de maio de 2019 com o comunicado da marca Isdin.
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