“Em 2019, mais de 370 laboratórios de produção de drogas ilegais foram desmantelados na Europa”, avança o relatório “Drogas 2021: Tendências e Evoluções”, publicado hoje pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA, na sigla em inglês).

Segundo o documento da agência com sede em Lisboa, o aumento do número de instalações detetadas e a produção de uma gama mais ampla de substâncias “refletem a intensificação dos esforços dos criminosos para produzir drogas mais perto dos mercados de consumo, a fim de contornar as medidas antitráfico”.

Entre as substâncias detetadas constam canabinoides sintéticos potentes e opioides sintéticos, que representam “ameaças sociais e para a saúde” dos consumidores.

De acordo com o relatório agora divulgado, no final de 2020, o EMCDDA monitorizava cerca de 830 novas substâncias psicoativas, 46 das quais foram notificadas pela primeira vez na Europa nesse ano.

“Em 2019, os Estados-membros da União Europeia foram responsáveis ​​por 22.070 das 34.800 apreensões de novas substâncias psicoativas notificadas na União Europeia, na Turquia e na Noruega”, indica o observatório.

O relatório estima ainda que se tenham registado pelo menos 5.141 mortes por overdose na União Europeia em 2019, representando um aumento de 3% em comparação ao ano anterior.

A maioria das mortes diretamente ligadas ao uso de drogas envolve opioides, principalmente heroína em combinação com outras drogas, enquanto estimulantes como a cocaína e as anfetaminas e, mais recentemente, os canabinoides sintéticos, são “agora motivo de preocupação”, indica o documento.

A taxa de mortalidade por overdoses na União Europeia em 2019 está estimada em 14,8 mortes por milhão de habitantes com idades entre 15 e os 64 anos, refere o documento, ao adiantar que mais de três quartos (77%) das mortes por overdose ocorreram entre homens.

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